A primeira edição do Flipetrópolis - Festival Literário Internacional de Petrópolis - entra em cartaz com a exposição educativa "Portinari para Crianças", inédita no país, que traz 42 reproduções de obras do pintor Candido Portinari. A exposição será inaugurada dia 18 de março, segunda-feira, às 19h, no Palácio de Cristal e a entrada é gratuita. A curadoria da exposição é de João Candido Portinari, fundador e diretor-geral do Projeto Portinari e Guilherme de Almeida, coordenador do Núcleo de Arte e Educação do Projeto Portinari.
O Festival vai acontecer entre os dias 1º e 5 de maio, no Palácio de Cristal e tem como tema "Arte, Literatura, Liberdade e Educação". O presidente do festival é o jornalista e gestor cultural Afonso Borges, responsável também pelo Fliaraxá, Flitabira, Fliparacatu e o projeto "Sempre um Papo", vigente há 38 anos. São também curadores do Flipetrópolis os escritores Sérgio Abranches, Tom Farias e Gustavo Grandinetti.
Para o curador da exposição "Portinari para Crianças" Guilherme de Almeida, é possível traçar um paralelo entre as obras de Portinari que integram a exposição e o Flipetrópolis. "Os paralelos entre as duas expressões artísticas são notáveis, especialmente considerando o caráter narrativo presente nas obras de Portinari. Assim como um autor cria histórias com as palavras, Portinari pintava narrativas visualmente impactantes. As pinturas selecionadas para a exposição contam histórias vívidas da infância, repletas de emoção, desafios e alegria. Da mesma forma, o Festival Literário busca contar histórias por meio das palavras, criando uma ponte entre a linguagem visual das obras de Portinari e a linguagem literária. Ambos os eventos celebram a narrativa como uma forma poderosa de transmitir experiências e reflexões. A exposição e o festival convergem na promoção da narrativa como uma ferramenta essencial para a compreensão do mundo, proporcionando aos espectadores e participantes uma experiência rica e envolvente que transcende as fronteiras entre as artes visuais e literárias. Portinari era amigo de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade, Oswald Andrade, Olegário Mariano, Manoel Faria, Jorge Amado, Guilherme de Almeida, entre tantos outros", lembra o curador.
Novos talentos
Um dos pontos altos do Festival é o Prêmio de Redação e Desenho, que envolve toda a comunidade escolar da região, premiando, em dinheiro, estudantes entre 4 e 18 anos; e seus professores recebem livros. O motivo principal da exposição acontecer agora, dois meses antes do evento, é que ela é fonte de inspiração para os alunos redigirem o texto concorrente ao Prêmio, que tem como tema "Arte, Literatura e Liberdade". Podem participar do concurso alunos de escolas públicas e privadas de Petrópolis. Ao todo, são cinco categorias (duas para "desenho" e três para "redação"), sendo que cada uma conta com 1.º, 2.º e 3.º lugares.
O objetivo do Prêmio é revelar novos talentos literários e incentivar os hábitos de leitura, escrita e arte. Mais informações, assim como o regulamento do prêmio, folha de redação e desenho e autorização de participação podem ser encontradas no site do Festival. As obras da exposição contarão com QR Codes que disponibilizarão opções de acessibilidade em audiodescrição e Libras.
O Flipetrópolis é patrocinado pelo Grupo Águas do Brasil, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, com o apoio da Prefeitura de Petrópolis.
Exposição
Ao todo, 42 totens com as representações dos trabalhos do artista compõem a exposição "Portinari para Crianças". Os trabalhos selecionados trazem crianças se divertindo e realizando atividades lúdicas com seus brinquedos, porém também representa as várias facetas que a infância pode ter, representadas por obras que retratam questões sociais e culturais. Guilherme de Almeida que assina a curadoria, junto a João Candido Portinari, afirma que "cada obra escolhida era como uma página do diário de Portinari, repleta de lembranças vívidas e cores que ressoam com a alma infantil. O desafio foi traduzir não apenas a técnica magistral, mas a essência pura da infância que Portinari tão habilmente capturava. Foi uma imersão no universo mágico e atemporal que ele pintou com tanto amor. Foi mais do que uma curadoria; foi um diálogo com a criança que existe em todos nós", destaca Guilherme de Almeida.