OPINIÃO: Os cabeças brancas
O Brasil não tem tradição de se aconselhar com os mais idosos e experientes.
Quando digo isto, lembro que quem tem mais de 45 anos, encontra maiores dificuldades de, se estiver desempregado, retornar ao mercado de trabalho.
Raros são os casos de postos de trabalho, para quem tem uma idade que, para a maioria das empresas, é considerada acima de um determinado patamar. Significa dizer que quem tem 45 a 50 anos, poucas são suas chances.
No Japão e em vários países europeus, a experiência vinda com a idade é motivo de orgulho e aproveitamento.
Sempre me perguntei porque um gestor público, prefeito, governador ou até mesmo presidente, não tem um conselho de notáveis. Pessoas com mais de 60 anos, experientes e que poderiam contribuir com a gestão através de seus aconselhamentos.
Lula montou um conselho de notáveis com representantes como empresários e banqueiros, mas que quase nunca se reúnem e tampouco opinam no governo.
No início de 2023 ( maio) o conselho da Presidência da República se reuniu pela primeira vez: 245 membros ( de todos os segmentos da sociedade mais todos os ministros) . O que era para ser um órgão de aconselhamento, virou politicagem barata para tentar mostrar à sociedade , que governo e sociedade civil dialogam.
A experiência demonstrou que, na prática, este número excessivo de membros e uma agenda aberta não funcionou.
Gostaria muito de ver colocado em prática, um conselho municipal de assessoramento ao Prefeito. Seriam apenas, no máximo, 9 pessoas ( sem a participação de nenhum secretário) escolhidas por sua experiência profissional, retirados os nomes da sociedade civil.
Um conselho enxuto, que se reunisse uma vez por mês, durante um dia inteiro de 9 às 20h, discutindo e debatendo ações de governo e planejamentos para a gestão.
Isto, não me recordo, se um dia foi testado em Petrópolis, até porque , por insegurança e centralização das ações nas mãos dos prefeitos, temem eles perderem as rédeas dos assuntos, quando é exatamente o contrário.
Petrópolis tem nomes excelentes para compor este conselho, mas picuinhas e ranços pessoais, muitas vezes impedem de se promover um ganho social para o Município.
Deixo aqui a ideia para que seja avaliada.
*Advogado, Professor Universitário e Jornalista