Por: Wellington Daniel

Saúde de Petrópolis tem mais de 200 pessoas na fila por cirurgia ortopédica

Ministério Público ingressou com petições para agilizar cirurgias | Foto: Wellington Daniel

Pelo menos 221 pacientes aguardam uma vaga para cirurgias ortopédicas eletivas pelo SUS em Petrópolis. É o que apontam dados apresentados pela Secretaria de Saúde em audiência especial na 4ª Vara Cível, presidida pelo juiz Jorge Martins. Destes, dois pacientes aguardam desde de 2019 e quatro desde 2020.

Destes 221 pacientes na fila, 126 estão na lista do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), que ingressou com uma petição em relação ao tema. Outros 95 entraram nos últimos cinco meses.

Segundo a Secretaria de Saúde, houve uma dificuldade de comunicação com a diretoria do Hospital Santa Teresa nos últimos anos. A unidade privada é referência em ortopedia na cidade, atendendo os casos eletivos e também os emergenciais, que chegam após acidentes de trânsito, por exemplo. Os atendimentos do SUS correspondem a 35% do total do setor.

"Não se comunicam, não se falam, se devoram, se digladiam. Quem criou esse ambiente, não sei. Mas é bom que a sociedade de Petrópolis saiba que alguém está criando um ambiente de animosidade que vai repercutir na camada social do desfavorecido", disse o juiz.

A Secretaria de Saúde também disse que a supervisora médica enfrenta dificuldades na unidade, como acesso aos documentos e áreas internas. Ela é responsável por acompanhar as planilhas de realização das cirurgias eletivas e verificação e autorização para faturamento.

O Hospital Santa Teresa, por sua vez, ressaltou que são mais de três mil cirurgias por ano feitas pelo SUS e uma média de 900 pacientes por mês no ambulatório. A pandemia também contribuiu para o crescimento da fila, segundo a unidade de saúde. Em março de 2020, as cirurgias eletivas foram paralisadas e só retornaram um ano e meio depois.

O HST ainda aponta que os exames de diagnóstico e pré operatório também demoram, o que prejudica o andamento. "Não raro, os exames tem lapso temporal extremamente longo, agravando a enfermidade do paciente", relatou o chefe da ortopedia da unidade de saúde, Renato Góes.

A promotora de justiça, Vanessa Katz, também criticou essa demora e disse que é preciso que o paciente realize os procedimentos em um único lugar. "O paciente não pode ficar neste ping pong", reclamou.

A íntegra da decisão do juiz Jorge Martins deve ser liberada em breve. O magistrado já adiantou que encaminhará cópia ao Ministério Público do que foi debatido na audiência, para que seja aberto um procedimento investigatório.

 

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