Por: Luana Motta - PET

Vítimas da tragédia de 2022 voltam para área de risco em Petrópolis

Petropolitana que teve casa desinterditada denuncia risco | Foto: Thiago Alvarez

Por Gabriel Faxola

Quando a chuva começa, o medo domina. Na memória, lembranças de tristeza e dor, são amigos, vizinhos e conhecidos que perderam a vida em Petrópolis após as enchentes e deslizamentos registrados nos meses de fevereiro e março de 2022. E agora, a aflição de viver o mesmo pesadelo tem se tornado um pensamento recorrente da moradora do Vila Felipe, Cláudia Bites.

Há aproximadamente três meses, Cláudia precisou voltar para casa, que fica em uma das regiões mais afetadas pelas tragédias, após ter o imóvel desinterditado, e o benefício do Aluguel Social cortado. A casa, que tinha sido interditada ano passado por apresentar riscos, foi liberada pela Defesa Civil, mesmo ainda existindo uma barreira próxima ao imóvel que, segundo a moradora, oferece risco. "A gente não dorme quando começa a chover, e ficamos preparados a todo momento. O medo é de a encosta descer e nós não conseguirmos sair de dentro de casa. Quando começa a chuva, isso parece um rio de lama", explicou a dona de casa, Cláudia Bites.

A encosta citada por Cláudia, tem apresentado sinais de instabilidade, com pequenos deslizamentos de terra e rachaduras que aumentam a cada chuva. "Se isso cair eles vão lamentar, mas não vão ressarcir vidas. Precisamos gritar e cobrar melhorias", desabafou Bites.

Uma das soluções encontradas por Cláudia para que a casa não voltasse a ser atingida por toda terra e lama, foi fazer uma barreira na entrada da casa com placas de madeira. No imóvel, vivem cerca de dez pessoas, e quando a chuva começa o sentimento de medo é comunitário.

Próximo à casa de Cláudia foi construída uma contenção. Segundo a moradora, a obra foi finalizada há cerca de dois meses, mas no Portal da Transparência do município não há nenhum registro da construção. "A minha casa vai ser levada pela chuva se as coisas continuarem assim. Eles falam que vão fazer, que vão consertar, mas nunca fazem! Aqui tem vida, a gente precisa dessa assistência. Quando tem eleição o primeiro lugar que eles aparecem são nas comunidades, mas cadê os governantes eleitos para dar assistência ao povo?", indagou a dona de casa.

Na terça-feira (30), a TV Correio da Manhã questionou a Prefeitura de Petrópolis sobre os apontamentos feitos na matéria, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta foi enviada por parte do governo municipal.

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