Por: Redação Petropolitano

Precariedade dos ônibus

Vereador Hingo Hammes entregou relatório ao Ministério Público para subsidiar ações | Foto: Divulgação

Por Wellington Daniel

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) informou ao Correio Petropolitano que vai à Justiça para cobrar melhores condições do transporte público em Petrópolis, em relação aos serviços oferecidos pela Petro Ita e Cascatinha. Na sexta-feira (10), o vereador Hingo Hammes (União) também protocolou um relatório da Comissão de Transportes e Mobilidade da Câmara Municipal, com o objetivo de subsidiar o MP em possíveis ações.

Segundo a nota do MP, há uma ação civil pública, já julgada, que obriga a Petro Ita a manter em circulação apenas ônibus em bom estado de conservação e segurança. A 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Petrópolis informou que está requisitando à Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) o estadual atual da frota, para ingressar com cumprimento de sentença.

Já em relação à Cascatinha, tramita um inquérito civil, onde também foram requisitadas informações, informou o MP. Em maio, após o incêndio, o MPRJ também pediu explicações às empresas sobre as condições da frota emergencial que estava sendo utilizada.

"O acidente com um carro que fazia a linha 464 (Nelson Roncoroni), no Morin, evidencia a inércia do Poder Executivo em relação às empresas PetroIta e Cascatinha. É um risco deixar nas ruas ônibus sem condições de circulação! Estão esperando uma tragédia acontecer? O discurso de reposição e de renovação da frota não convence! São ônibus e mais ônibus quebrados todos os dias!", afirmou o vereador Hingo Hammes.

O acidente com a linha 464 fez com que quatro pessoas precisassem ser encaminhadas para o Hospital Santa Teresa, que receberam alta no dia seguinte. O micro-ônibus estava com cerca de 40 passageiros, muitos atendidos no local pelos bombeiros e o Samu. O último licenciamento do coletivo tinha sido realizado em 2019 e o veículo registrou, pelo menos, cinco quebras em outubro, além de ter sido reprovado em duas vistorias da CPTrans, em setembro e outubro.

Após o acidente, a CPTrans informou que estudava uma intervenção apenas na linha envolvida. No entanto, na sexta-feira (10), o coletivo que entrou para substituir o acidentado, também estava com o licenciamento atrasado, sendo o último feito apenas em 2021. O micro-ônibus ainda era mais antigo que o anterior, com data de fabricação de 2012, excedendo o tempo de uso de oito anos. Após isso, a companhia anunciou a suspensão da linha e que o serviço seria realizado por vans.

A reunião que decidiu a suspensão, no entanto, não contou com a presença de nenhum representante dos moradores. Estavam presentes apenas a CPTrans, a empresa de ônibus e o vereador Marcelo Lessa. Políticos e os conselheiros representantes da sociedade civil no Conselho Municipal de Trânsito e Transportes (Comutran) ainda criticam a CPTrans por realizar a intervenção apenas em uma linha e não em toda a empresa.

"Após o acidente, o governo anunciou intervenção na linha 464 - apenas nela. E as outras? Agora o acidente foi no Morin, mas e amanhã ou depois, onde vai ser?", questionou, lembrando que, ao longo do ano, fiscalizações já apontavam problemas, inclusive, reconhecidos pelas empresas em nota à imprensa.

Desde a quinta-feira, o Correio Petropolitano tenta contato com a empresa Petro Ita. A única nota divulgada até agora foi logo após o acidente, em que dizia que estava totalmente mobilizada para atender todas as necessidades dos passageiros.

Hoje (13), o Comutran se reunirá na sede da CPTrans, para mais uma reunião ordinária. Há a expectativa de que os conselheiros da sociedade civil e da Câmara de Vereadores cobrem um posicionamento da CPTrans e da empresa.

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