Por: Wellington Daniel

Apenas oito ônibus da Petro Ita estão em plena condição de uso

Na última semana, no bairro Morin, ônibus colidiu com muro e deixou ao menos quatro passageiros feridos | Foto: Reprodução/Redes Sociais

De 77 coletivos da empresa Petro Ita, apenas oito foram aprovados, ou seja, em plena condição de uso, na vistoria feita pela Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans). Os dados são de um relatório do Ministério Público do Estado Rio de Janeiro (MPRJ), anexados a uma petição na Justiça, para que a Petro Ita retire, imediatamente, de circulação 33 coletivos reprovados. O MP ingressou com a ação na última sexta-feira (17).

Segundo o documento, ao todo, 34 ônibus foram reprovados. O MPRJ pede que o 34º quarto seja substituído em até 30 dias por não ter condições de acessibilidade. Já em relação aos demais, é solicitado que à 4ª Vara Cível determine a retirada destes em até 48 horas das ruas e substituição.

Outros 26 coletivos foram aprovados com restrições pela vistoria da CPTrans e nove foram classificados como "veículo em manutenção". Junto a comissões da Câmara, o Ministério Público cobra a adequação destes veículos e que o plano seja apresentado em, no máximo, dez dias.

O requerimento do pedido de retirada dos 34 ônibus foi formalizado após a união de forças da Comissão Permanente de Transporte e Mobilidade Urbana da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Hingo Hammes, a Comissão Especial para Avaliação das Concessões e Parcerias Público-Privadas, presidida pela vereadora Júlia Casamasso, e o Ministério Público, visando garantir a segurança dos funcionários da empresa, dos usuários do sistema de transporte e da população em geral.

Após o acidente registrado no Morin, em que um ônibus da Petro Ita colidiu contra um muro deixando ao menos quatro passageiros feridos, o vereador Hingo Hammes entregou ao MP relatório com informações levantadas tanto pela comissão quanto pelos representantes da sociedade civil no Comutran (Conselho Municipal de Trânsito) sobre os problemas na prestação de serviços.

"Não é de hoje que cobramos da CPTrans medidas efetivas para garantir que o serviço seja prestado de maneira segura. Os problemas, que já eram muitos, ficaram mais graves após o incêndio registrado em maio na garagem que guardava ônibus da Petro Ita e da Cascatinha. O que vemos são ônibus e mais ônibus quebrados e acidentes que, por pouco, não se transformaram em grandes tragédias. Não podemos mais esperar! Os ônibus sem condições de circulação precisam ser retirados das ruas. É inadmissível sentar e esperar uma tragédia acontecer", criticou o vereador Hingo Hammes.

O pedido do Ministério Público foi formalizado com base em ação já transitada em julgado que obriga a Petro Ita a manter a frota de veículos em condições de circulação, atendendo o disposto em legislação municipal e resolução da própria CPTrans.

A CPTrans não retornou o contato da reportagem. A Petro Ita disse que, desde o dia da vistoria, providenciou o planejamento da manutenção indicada, além de outras corretivas já previstas.

"A Petro Ita, que passou por dois alagamentos e um incêndio criminoso, adquiriu e reformou mais de 50 ônibus nos últimos 11 meses. Inclusive, está arcando com o pagamento de 26 ônibus que foram totalmente perdidos no incêndio", informou a nota.

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