Por: Vinicius Barros*

Água Quente volta a registrar aparecimento dos Bugios

"Barbado" apareceu no quintal de uma residência | Foto: Fabinho Filé

Teresópolis abriga diversas áreas de preservação natural, e em algumas regiões do interior da cidade é possível avistar espécies da nossa fauna sem a necessidade de armadilhas fotográficas. Isso ocorreu na região de Água Quente, no segundo distrito. No dia 30 de janeiro, o vereador e produtor rural Fabinho Filé publicou em sua rede social sobre o retorno do Bugios: "Hoje, depois de seis anos, ouvi o som desses animais aqui em Água Quente, conhecidos principalmente como Barbados. A febre amarela havia causado o sumiço desses animais." Alguns moradores simpatizam com eles por perceberem que são animais sociáveis, oferecendo comida. No entanto, especialistas alertam sobre o que fazer em caso de proximidade destes silvestres.

A bióloga Beatriz Tjäder, que atua na Secretaria Municipal do Meio Ambiente, explica que mesmo que pareçam dóceis, a população deve tomar alguns cuidados. "Mesmo que o animal silvestre apresente características sociáveis e dóceis, devemos manter distância, pois pode acontecer a transmissão de doenças entre os animais e as pessoas, mesmo que os bugios não transmitam a febre amarela ou outro tipo de doença, como "zika", dengue e Chikungunya". A profissional ressaltou que, devido ao aumento da área antrópica, ou seja, o avanço humano em seu habitat, essa interação tende a aparecer mais e, com isso, devemos nos acostumar a não reforçar esse hábito, pois pode ocorrer o costume ao ser humano, e encontrar pessoas mal-intencionadas ou com medo, ferindo o animal", disse a especialista.

O biólogo Vitor Cunha, especialista em biodiversidade e chefe do Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis, concordou com a recomendação de sua colega de que não se deve alimentar animais silvestres. Ele acrescentou que os Bugios (Alouatta guariba clamitans), mesmo sendo sociáveis, podem ter comportamentos inesperados, incluindo ataques, em situações de ameaça. Vitor acrescenta ainda que "a fauna silvestre, neste caso os bugios e outros primatas, devem ser apenas observados e apreciados".

Qualquer forma de maus-tratos à fauna silvestre constitui crime ambiental. Se avistar um animal, siga as recomendações dos especialistas e aproveite o momento para contemplar a beleza da natureza.

*Estagiário

 

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