Uma assembleia realizada na quarta-feira, 3 de julho, em frente ao Centro de Distribuição Domiciliária (CDD) de Teresópolis, resultou na aprovação de uma greve pelos trabalhadores dos Correios. A decisão foi tomada, segundo os funcionários, em resposta às graves dificuldades que comprometem as condições de trabalho e bem-estar, decorrentes da negligência da direção dos Correios.
Os diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Sintect-RJ) estiveram presentes durante a assembleia, onde discutiram sobre funcionários que lidam com o revezamento de motos para a execução das entregas, aumentando a carga de trabalho e expondo-os a riscos desnecessários, como acidentes e problemas de saúde decorrentes do uso constante de motos em mau estado de conservação.
Durante a manifestação no Centro de Distribuição Domiciliária de Teresópolis, o secretário do Interior do Sintect, Leônidas da Silva, representando a Região Serrana, destacou a luta por melhores condições de trabalho. "A unidade se encontra sucateada faltam motos. Trabalhadores estão fazendo revezamento de motocicletas, falta espaço para os trabalhadores fazerem suas atividades laborais, também falta aqui veículos para os mesmos também efetuar suas entregas no dia a dia", ressaltou Leônidas.
A secretária da Mulher do Sindicato, Alessandra Peçanha, destacou: "Eu, como mulher, me sinto indignada com as condições às quais as companheiras têm que enfrentar diariamente. As instalações do banheiro são simplesmente inaceitáveis, com uma estrutura precária e um chuveiro extremamente pequeno". Além disso, a secretária ressaltou que as condições dos armários são inadequadas para qualquer pessoa trabalhar, onde tanto as mulheres quanto os homens dividem o mesmo espaço para guardar seus pertences.
Diretor de Base do Sintect-RJ, Wagner Rabelo, enfatizou que a unidade enfrenta dificuldades há anos, inclusive um processo de mudança foi iniciado em 2018 que se arrasta até o presente momento. Ele criticou a falta de resposta da empresa diante das solicitações, ressaltando que os trabalhadores estão em paralisação não por questões financeiras, mas pela melhoria das condições de trabalho e respeito à categoria.
"Hoje é o terceiro dia de greve, e faremos uma assembleia na segunda-feira para analisar a proposta da empresa sobre como melhorar as condições de trabalho dos carteiros que entregam aqui em Teresópolis", disse o presidente do Sindicato, Marcos Sant'Aguida, que tranquiliza a população, dizendo que o motivo da greve é para condições melhores e também para melhor o atendimento para população. "É importante esclarecer que esses trabalhadores que estão aqui vêm de outras regiões para assumir o serviço que está parado aqui. Além disso, é necessário esclarecer que esses trabalhadores não são de Teresópolis; eles vêm de várias regiões do estado do Rio de Janeiro", ressaltou o presidente do Sintect-RJ.
Os Correios enviaram uma nota de esclarecimento informando que, ao contrário da gestão anterior que cortou investimentos e retirou direitos dos trabalhadores, fechou um acordo coletivo de trabalho em mesa de negociação, sem intermediação da justiça trabalhista. Este acordo, inédito nos últimos sete anos, resgatou mais de 40 cláusulas anteriormente extintas e assegurou um aumento salarial de quase 12% para parte dos empregados.
Em 2023 e 2024, os Correios destinaram cerca de 350 novos veículos para o Estado do Rio de Janeiro, além de realizar mais de R$ 3 milhões em investimentos em infraestrutura. A empresa planeja aumentar esses investimentos, prevendo um aporte adicional de R$ 8 milhões até o final deste ano no Estado fluminense.
“O Centro de Distribuição Domiciliária de Teresópolis será transferido para outro imóvel. O processo já foi iniciado e está sendo conduzido pelos Correios em caráter prioritário, inclusive com vistoria do novo imóvel já realizada”, destacou a Assessória de Impresa dos Correios.
*Estagiário