Por: Isabella Rodrigues*

Primeira edição da Feira Folha em Nova Friburgo

Feira vai movimentar cena artística promovendo uma articulação entre o setor | Foto: Foto: Clara Lua Bringuenti

Este ano, Nova Friburgo retomou sua cena cultural. Desde a pandemia, em 2020, os moradores da cidade sentiam a falta de eventos voltados para a arte. Atendendo ao público, muitas exposições e atividades foram criadas em diversos espaços, como o Teatro Municipal Laércio Rangel Ventura, a Usina Cultural Energisa, o Espaço Arp, entre outros. Um desses exemplos é a Feira Folha, a primeira feira de arte impressa da cidade, que tem sua estreia nesta semana.

Nos últimos 15 anos, as feiras de arte impressa estão ganhando cada vez mais espaço no Brasil. O desenvolvimento de tecnologias para a impressão e edição das artes, criando uma enorme variedade de possibilidades estéticas e um acesso maior, é o que chama a atenção do público. A feira também gera uma troca mais humana, facilitando a comunicação do público com os artistas que estão expondo.

Com o isolamento social em 2020, o consumo de aparelhos eletrônicos e telas aumentou intensamente. Agora, é possível ver a saturação das redes sociais, com pessoas procurando uma proximidade maior por objetos analógicos, artes impressas e tudo que forneça uma forma melhor de conexão e identificação.

"Acho que durante a pandemia ficou evidente para muita gente a importância da arte no nosso bem estar e na manutenção da vida. Então acho que agora tem um movimento natural de pessoas querendo se encontrar para celebrar nossa arte e cultura. Ao mesmo tempo, essa retomada cultural é um reflexo das políticas públicas que compreendem a importância da cultura para a população e para a nossa economia. Nova Friburgo tem o potencial de se tornar um grande polo cultural e de economia criativa", explica Charles Zipi, artista visual, designer, produtor cultural e fundador da Feira Folha.

Ao todo, serão 24 artistas, como escritores, fotógrafas, pintores, ilustradores, tatuadores, quadrinistas, entre outros. Grande parte são moradores de Friburgo, mas a feira também contará com a presença de artistas vindos de outros municípios.

Entre os convidados, a artista Clara Lua Bringuenti estará presente. Desde pequena é incentivada pelos pais, também artistas, a seguir na área. "Minha evolução como artista sempre foi muito natural e agradeço demais ao meu pai, André Bringuenti, e minha mãe, Jaqueline Bringuenti, por isso. O apoio deles sempre foi minha base para me entender como pessoa criativa", explica Clara Lua. Ela já explorou inúmeras possibilidades, como a ilustração digital, aquarela, pintura de retratos e a tatuagem. Agora, está voltando com um caminho mais "tradicional", retomando a pintura de telas, mas deixando claro sua grande paixão pela tatuagem.

Em entrevista ao Correio Serrano, Clara Lua também falou sobre a dificuldade da cena artística em Nova Friburgo, pontuando a falta de visibilidade. E destacou a dificuldade de seguir neste caminho sem a falta de apoio necessário, explicando que viver só de arte é difícil, um trabalho sem folga, e esse processo é dificultado quando os artistas não têm um auxílio. "Mas tenho ficado feliz em ver que têm sido abertos mais espaços para eventos culturais e que cada vez mais projetos artísticos estão sendo aprovados! Inclusive, estou imensamente agradecida pela oportunidade de estar participando da primeira Feira Folha. Espero que ocorram mais eventos como esse e que todos os artistas tenham a oportunidade de se mostrar", afirma.

O evento acontece nos dias 19 e 20 de julho, de 14h às 20h, na Usina Cultural Energisa. E promete ser um vibrante mercado de criatividade, onde os visitantes poderão descobrir e adquirir uma variedade de produtos artísticos como livros, cartazes, zines, revistas, reproduções de pinturas, fotografias, postais, adesivos e muito mais. Sendo uma boa oportunidade para conhecer de perto o trabalho criativo dos artistas, apoiar a cena artística independente e levar para casa lembranças únicas.

*Estagiária