Por: Leandra Lima - PETR

Parque Estadual Três Picos sofre com novos incêndios

Incêndio Parque Três Picos | Foto: Reprodução/Ig @Liacaldas

Por Gabriel Rattes

Municípios do interior do Estado do Rio de Janeiro continuam a sofrer com queimadas em vegetação. Ao menos três focos de incêndio foram atendidos por equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CMBERJ) nesta terça-feira (20) em Nova Friburgo. Segundo a assessoria do CBMERJ foram elas: em Riograndina, no ponto final de ônibus; no bairro Campo do Coelho; e em Conselheiro Paulino, na rua Moacir Queiroz. Em Petrópolis, moradores e bombeiros também combateram um incêndio de grandes proporções nesta terça (20). A ocorrência foi no bairro da Posse, na Rua Gonçalves Martins. De acordo com os Bombeiros, em nenhuma delas houve vítimas.

Nesta quarta-feira (21), o Parque Estadual Três Picos informou que os núcleos de Jequitibá e Vale da Revolta, em Cachoeiras de Macacu, e o núcleo de Teresópolis estão fechados devido ao deslocamento de equipes para apoiar ao combate de um incêndio de grandes proporções em Nova Friburgo. Segundo a agente de defesa ambiental, Mariana Mendes, há dois focos de incêndio na região. Um no Morro do Gato, no núcleo Três Picos, em Salinas, o outro foco de incêndio foi na estrada RJ-142, altura do km 8.

"Estamos com equipe de todo Parque mobilizada, apoio da gerência de guarda-parques e destacamento de bombeiros de Bonsucesso. Só saberemos a área total afetada, quando os incêndios forem extintos. O maior impacto ambiental pode ser percebido na perda da biodiversidade, fauna e flora atingidas, perda de nutrientes do solo, qualidade do ar por conta da fumaça, prejudicando a saúde humana, entre outro", informou.

Já nesta terça (20), a primeira ocorrência de Nova Friburgo aconteceu às 7h40, no bairro Riograndina, no ponto final do ônibus. O combate às chamas durou até as 9h50. De 12h30 às 20h, equipes do Corpo de Bombeiros estiveram no distrito de Campo do Coelho atendendo a uma ocorrência de fogo em vegetação. A terceira ocorrência de terça-feira (20), foi das 16h40 às 17h50, em Conselheiro Paulino, na Rua Moacir Queiroz, na entrada do bairro Maria Thereza.

De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), desde o último domingo (18), guarda-parques do Inea já atuam no combate às chamas no Morro do Gato, no Parque Estadual dos Três Picos, e que ainda não é possível mensurar a área atingida. Segundo o Instituto, a possível causa do incêndio foi a queda de um balão.

Petrópolis

Já em Petrópolis, das 20h21 desta terça-feira (20), às 00h38 de quarta (21), equipes do quartel de bombeiros de Itaipava foram acionados para atender uma ocorrência no bairro da Posse, na Rua Gonçalves Martins. Segundo o protetor ambiental, Cláudio Homar, representante do Instituto São Francisco de Assis - organização protetora da fauna e flora em Petrópolis e em outros municípios da Região Serrana -, moradores da região realizaram a primeira linha de combate às chamas para não atingir residências.

"A população conseguiu conter as chamas para não pegar fogo nas casas. Mas, queimou canos de água e caixa d'água. Conseguiram também proteger alguns animais. Eu venho falando que tem que ter uma resposta rápida, mas qualquer bombeiro e brigadista demora de 10 a 15 minutos para chegar aos locais devido a distância. Os locais são geralmente de difícil acesso para os caminhões grandes dos bombeiros. Com esse tempo seco e o vento, o fogo se propaga muito rápido", explicou o protetor ambiental.

Ainda de acordo com Cláudio Homar, o Instituto já combateu mais de 60 incêndios nos últimos três meses na Região Serrana. "Está tendo muito incêndio causado por balões, pessoas queimando lixo, queimando terrenos para fazer limpeza, realizando churrasco e fogueira em trilha. Uma tragédia ambiental anunciada. As pessoas não respeitam a vida da fauna e da flora, e dos próprios seres humanos", enfatizou.

Impactos dos incêndios florestais

Incêndios florestais afetam a nossa vida em diferentes segmentos, sejam eles na biodiversidade, na economia, ou até mesmo na nossa saúde física. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), grande parte dos incêndios florestais são causados pela ação humana. Alguns dos impactos que as queimadas podem causar são: interrupção no tráfego terrestre e aéreo; ressecamento do solo; problemas no abastecimento de água; e vulnerabilidade social. Também podem afetar a saúde humana com: complicações cardíacas; doenças respiratórias; efeitos no sistema nervoso, intoxicação e asfixia; e irritação na garganta.

Quanto ao meio ambiente, alguns dos impactos das queimadas são: perda de qualidade ambiental e conflito territorial; redução das populações de espécies e possíveis extinções locais; perda de diversidade biológica; perda de habitats; destroem nascentes; afeta a ciclagem de nutrientes; interrompe o fluxo de água para a atmosfera; e elimina predadores naturais de pragas.

"Diante desses impactos, é crucial que todos nós nos conscientizemos sobre a importância da prevenção e do combate aos incêndios florestais. Através da educação ambiental, práticas sustentáveis e apoiando iniciativas de reflorestamento e restauração de ecossistemas danificados", enfatizou o ICMBio.

Denúncias

Em caso de incêndios, ligue 193 ou acione os órgãos competentes da região. Também é possível realizar denúncias de crimes ambientais por meio do Disque Denúncia do Programa Linha Verde para o telefone (21) 2253-1177 e para o 0300 253 1177 (interior). Ou pelo site do Disque Denúncia (www.disquedenuncia.org.br).