Projeto-piloto simula resgate de moradores em desastres

Ação aconteceu na comunidade Pimentel e reuniu 50 profissionais

Por Redação

O objetivo da força-tarefa é a remoção antecipada destas pessoas de áreas vulneráveis

Os moradores da Comunidade Pimentel, em Teresópolis, na Região Serrana, participaram, neste sábado (14), de um simulado para prevenção de agravos à saúde causados por enchentes e deslizamentos. No plano de ação do projeto-piloto, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), em parceria com a Prefeitura, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) assumem papel fundamental no território em que atuam. São eles que acionam, por telefone, os moradores cadastrados, pessoas com deficiência e limitações de deslocamento, sejam elas idosos, gestantes ou acamados.

O objetivo da força-tarefa é a remoção antecipada destas pessoas, moradoras de áreas vulneráveis, seis horas antes da ocorrência de eventos extremos, que são monitorados pelo Centro de Inteligência em Saúde (CIS) do Governo do Estado.

Cerca de 50 profissionais de saúde participaram do exercício coordenado pela SES-RJ, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e Defesa Civil local. A base de operações, com toda a logística de atuação, foi montada na Unidade Básica de Saúde e na Escola Irene Santana do Valle na Comunidade do Pimentel, onde foram acolhidos os moradores.

Durante o treinamento foram exercitadas a capacidade de interlocução do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS-RJ) com a SMS na fase de monitoramento e alerta, além da liderança dos ACS para a adoção de protocolos de desocupação de áreas de risco geológico em tempo hábil e de forma coordenada antes da ocorrência de uma situação adversa.

"O Agente Comunitário de Saúde é um dos principais agentes públicos na promoção de mudanças de comportamento ante a iminência de eventos adversos. Ele tem credibilidade e legitimidade no território em que atua e, por isso, exerce protagonismo na percepção dos riscos. O simulado serviu de modelo para os moradores saberem como proceder frente a chuvas fortes na comunidade", explicou o assessor especial do Gabinete da Secretaria de Saúde, Sérgio Simões.

No simulado, foram resgatadas cinco famílias.

Kelly Cristina tem 39 anos, é deficiente visual e auditiva e foi uma das voluntárias a participar do simulado. "Moro há 11 anos na comunidade, e este tipo de ação é uma novidade. Em 2011, perdi meu cunhado e meu sobrinho no bairro Espanhol, devido aos temporais que assolaram nossa cidade. O treinamento nos prepara para uma situação real", contou.

A Agente Comunitária de Saúde Helena Carolina, de 27 anos, destacou a importância do vínculo dos profissionais na hora da realização de resgates.

"Temos uma relação muito próxima e de mútua confiança. Sou moradora da comunidade assim como eles. Conheço a realidade da localidade, os moradores do território e seus desafios. Em um plano de resgate, a convivência faz a diferença e é um fator determinante na hora de uma abordagem para a desocupação", declarou a ACS.

Durante a ação, os moradores foram resgatados dentro do tempo previsto e todos em segurança.

"Foi uma experiência exitosa, que evidenciou o protagonismo dos ACS no seu território de atuação e a sua capacidade para contribuir na proteção da vida destas pessoas, antes que os eventos adversos se consolidem na forma de desastres. Acredito que este seja um projeto consistente para o aprimoramento de ações preventivas a serem consideradas pelo Sistema Nacional de Defesa Civil e Ministério da Saúde, numa efetiva conjugação de esforços para a prevenção de agravos à saúde ocasionado por eventos climáticos severos", explicou Simões.

Passo a passo da ação

- O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) da SES, responsável pelo Programa de Vigilância de Riscos Associados aos Desastres (Vigidesastres), emitirá alerta à coordenação de Atenção Primária de Teresópolis por e-mail e aplicativo de mensagem, com vistas a mobilização das equipes da estratégia de saúde da família.

- A Defesa Civil local fará a mobilização logística de viaturas, equipamentos e materiais para o deslocamento das pessoas com dificuldades de locomoção para locais seguros e previamente determinados.