Nutricionista explica como prevenira Intoxicação alimentar no verão
Segundo a OMS, as DTHA afetam cerca de 600 milhões de pessoas no mundo todos os anos
Com a chegada do verão e das festas de fim de ano, aumentam os casos de intoxicação alimentar. Segundo dados do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), as Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA) afetam cerca de 600 milhões de pessoas no mundo todos os anos, causando 420 mil mortes. No Brasil, entre 2007 e 2020, foram registrados em média 662 surtos anuais, com mais de 150 mil pessoas afetadas e 152 mortes.
A nutricionista Marcella Tamiozzo, professora do curso de Nutrição da Estácio, explica que os riscos aumentam nessa época devido a fatores como altas temperaturas, maior manipulação de alimentos e condições inadequadas de armazenamento. "A elevação das temperaturas favorece a proliferação de micro-organismos em alimentos, tornando-os mais suscetíveis à contaminação. Eventos coletivos, como as festas de fim de ano, podem comprometer a higiene pela maior manipulação de alimentos por um número maior de pessoas e pela exposição prolongada à temperatura ambiente", alerta.
Cuidar da higiene alimentar e seguir práticas seguras são as principais estratégias para prevenir a intoxicação alimentar. Assim, é possível aproveitar as festas e as férias sem comprometer a saúde. Como destaca Marcella Tamiozzo, prevenir é sempre o melhor caminho para garantir momentos saudáveis.
Principais agentes e sintomas
As bactérias Salmonella, E. coli, Shigella e Staphylococcus estão entre os micro-organismos mais comuns associados à intoxicação alimentar. Vírus como rotavírus e hepatite A, além de parasitas como Giardialamblia e Toxoplasma gondii, também podem ser responsáveis por contaminações.
Os sintomas incluem náuseas, vômitos, diarreia e dores abdominais. Casos mais graves podem causar febre alta, desidratação e até complicações fatais, especialmente em crianças, idosos e pessoas com baixa imunidade.
Como prevenir intoxicações alimentares
Para evitar que a intoxicação alimentar atrapalhe as comemorações ou as férias, a especialista preparou um guia com cuidados essenciais.
Armazenamento correto: mantenha alimentos perecíveis refrigerados abaixo de 5°C e utilize recipientes térmicos ao transportá-los; Higiene na manipulação: lave bem as mãos antes de preparar ou consumir alimentos, utilize utensílios limpos e evite contaminação cruzada, separando carnes cruas de outros alimentos; Preparação adequada: cozinhe completamente carnes, ovos e frutos do mar. Vegetais devem ser sanitizados com uma solução de uma colher de hipoclorito de sódio (água sanitária) para cada litro de água antes do consumo; Evite alimentos de risco: descarte produtos com aparência ou cheiro alterados, e não consuma alimentos deixados fora da geladeira por mais de 2 horas; e Refeições fora de casa: optar por estabelecimentos com boas práticas de higiene; evitar alimentos crus ou mal refrigerados.
Quando procurar um médico
A nutricionista destaca que é importante procurar atendimento médico nos seguintes casos:
Se os sintomas persistirem por mais de 48 horas; em sinais de febre alta, diarreia com sangue ou sinais de desidratação; quadros de vômitos intensos ou dores abdominais severas; e fraqueza extrema ou confusão mental.
A recomendação é que os grupos mais vulneráveis como crianças, idosos, gestantes e pessoas imunossuprimidas devem buscar ajuda médica ao primeiro sinal de alerta, pois têm maior risco de complicações.