Por Leandra Lima
Na última sexta-feira (4), uma ação conjunta da Polícia Militar e Polícia Civil da 151ª DP de Nova Friburgo, desarticulou uma quadrilha envolvida em esquemas de fraudes e desvios de recursos de uma empresa do município. O grupo desviava cartões de vale-transporte da corporação para revender o benefício de maneira ilícita, e também chegaram a desviar R$540 mil em seis meses.
As foças militares informaram que as quatro pessoas envolvidas, foram presas em flagrante pelos crimes de estelionato, organização criminosa, lavagem de capitais e apropriação indébita qualificada. O caso chegou à instância policial, após uma denúncia da empresa, que descobriu o fato em uma auditoria interna, ou seja, em uma análise sistemática dos processos internos.
Conforme a verificação, os agentes descobriram que por longos meses, um funcionário que possuía um cargo de liderança na firma emitiu uma grande quantidade de cartões, que funcionam como vale-transporte para trabalhadores que não existiam no quadro da empresa. Com os passes prontos, o autor entregava o produto em guichês de ônibus, que eram revendidos por outros integrantes da quadrilha. O esquema circulava em Friburgo e no município vizinho, de Duas Barras.
O cabeça da quadrilha, o mesmo que atuava dentro da corporação, também passava alguns dos cartões em máquinas próprias e transferia valores para as contas pessoais, do companheiro e da sogra. Os policiais apreenderam um lote de mais de cem cartões, passagens, dinheiro e celulares, na casa do criminoso. Foi encontrado em um guichê, onde o grupo atuava, os policiais encontraram grande quantidade de cartões emitidos em nome da empresa lesada. Todo o material foi apreendido e será periciado.
As investigações seguem para que seja possível rastrear os valores desviados e assim tentar ressarcir a vítima, além de apurar a participação de outros nas ações.
Desvio de
insumos médicos
Um destaque em meio ao caso, foi a descoberta de possíveis irregularidades na obtenção de remédios controlados, carimbos e receitas de médicos falsos pela quadrilha. Esse episódio específico levantou grande debate na cidade, pois um dos criminosos era um farmacêutico que atuava no Hospital Raul Sertã. Devido ao fato, vereadores se manifestaram pedindo uma CPI para que se investigue a raiz do problema.
Segundo o Parlamentar, Cláudio Damião (PT), outras anomalias vieram à tona, conforme denúncias feitas ao mesmo, o funcionário recebia um montante volumoso de horas extras, chegando a receber mais que o dobro do salário, que é aproximadamente R$2.000. Nesses ritmos, ele chegou a receber cerca de R$9.000 pelos extras. O vereador ressaltou que iniciou a coleta das assinaturas para que o pedido de instauração da CPI seja entregue ao presidente da Casa. "Já são quatro vereadores que apoiam a instauração da CPI; Maiara Felício (PT), Marcos Marins (PSD) e Maicon Gonçalves (mobiliza). O intuito da comissão é apurar com profundidade se existe desvio de medicamentos na rede pública de saúde do município. Há indícios fortes que levam à formação dessa comissão de investigação", disse.
Frente ao caso, a Prefeitura Municipal de Nova Friburgo determinou o afastamento preventivo do servidor pelo período de 30 dias, podendo ser prorrogável por mais 90, sem prejuízo dos vencimentos.
Recorte
De acordo com a Polícia Civil, esse recorte das medicações, carimbos e receitas falsas serão apurados em uma investigação própria.
