Por: Lanna Silveira

Compradores denunciam calote de construtora em Pinheiral

Compradores do condomínio Village do Sol se reúnem no Ministério Público | Foto: Lanna Silveira

Por Lanna Silveira

Compradores de apartamentos do Village do Sol, que seria construído em Pinheiral, foram até a sede do Ministério Público de Volta Redonda, na segunda-feira, dia 18, em busca de uma solução para o problema que enfrentam. O projeto do condomínio ficou só no papel e as obras sequer foram iniciadas.

Cerca de 600 pessoas compraram unidades no residencial e arcam com o prejuízo, estimado em cerca de R$ 25 milhões. A proposta deles é de que a Prefeitura de Pinheiral libere um alvará que autorize os compradores a realizarem obras no terreno por conta própria. A negociação está sendo feita entre as partes desde 2016. Só que os condôminos esbarraram em outro grande obstáculo: a MRS e a Prefeitura negociam a cessão da área para a construção de uma ponte que dará acesso ao bairro Parque Maíra.

Projeto fake

O condomínio foi anunciado pela construtora Stylus e pela empresa Qualix Imobiliária, em 2013. Dois anos depois, nenhum andamento foi dado ao projeto. Anderson Fernandes foi um dos vários compradores que deram entrada em um apartamento e concluiu boa parte do pagamento exigido. De acordo com Anderson, os compradores entraram em contato com a Qualix insistentemente, e várias justificativas foram dadas para o atraso. Em uma ocasião, um grupo de compradores se juntou para confrontar o dono de uma das empresas diretamente, em busca por esclarecimentos.

Em 2016, a Qualix e Stylus abandonaram o projeto, e os condôminos não conseguiram fazer mais nenhum contato com os donos das empresas. A construtora Sete Engenharia assumiu o projeto em 2018, mas também não apresentou resultados. A situação se transformou em um jogo de empurra na tentativa dos compradores em conseguir autorização para construir no terreno. Enquanto a prefeitura alegava que a empresa não liberava os documentos necessários para a concessão do alvará, a empresa afirmava que todos os dados exigidos foram enviados.

Investimento perdido

Na sede do MP, os compradores lamentaram o transtorno que o golpe causou em suas vidas. Muitos relataram que estão arcando com os prejuízos há dez anos, e que investiram todo o dinheiro que tinham na expectativa de adquirir uma casa própria. As vítimas concluem que, caso o terreno seja cedido para a MRS, todos os esforços feitos para conseguir um retorno para seus investimentos serão perdidos.

O Correio Sul Fluminense entrou em contato com a MRS, mas não obteve retorno. O jornal também tentou contato com as empresas responsáveis, mas não conseguiu localizá-los, a exemplo dos compradores.

 

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