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Sindicato faz mobilização pelo turno de 6 horas na CSN

Edimar Miguel diz que turno de seis horas é melhor | Foto: Divulgação

O acordo entre o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense e a direção da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) sobre a jornada de trabalho da Usina Presidente Vargas vence no próximo dia 30 de novembro. Atualmente a jornada é de 8 horas, que foi acordada em 2017. Na época, ao menos mil trabalhadores foram demitidos por causa da implantação do turno.

O presidente dos Metalúrgicos, Edimar Miguel, defende o turno de 6 horas e elenca vários motivos que irão beneficiar os metalúrgicos:

-Vale a pena a gente abrir mão das horas extras, recebendo um salário baixo que é o que a CSN paga? Ou vamos nos unir e dizer não ao mísero "abono" que a empresa oferece a cada dois anos? Vale a reflexão.

Além do prejuízo, nos vem o pensamento que é simples: menores jornadas de trabalho, aumento do número de vagas de emprego. Empregos esses que vão atender nossos familiares, nossos filhos e amigos afirma o sindicalista.

Edimar afirma ainda que o turno de 6 horas também traz benefícios às empresas, como o aumento da produtividade. "Isso sem falar na geração de renda, que automaticamente cresce, e traz desenvolvimento para nossa cidade, já que faz o dinheiro circular e não fica só no bolso do patrão e dos acionistas", defende o presidente do sindicato.

Edimar vai além e cita exemplos do que vem ocorrendo no mundo inteiro, com a jornada composta por quatro dias da semana: "Isso significa que a busca pela fixação de limites se explica pelo fato de que, a partir de uma certa quantidade de horas trabalhadas, o trabalho deixa de ser uma atividade que traz ganhos ao empregador e passa a ser uma fonte de fraqueza e doença", ressalta.

Programa piloto

No Brasil, o movimento começou a tomar corpo em agosto, quando algumas empresas se inscreveram em um programa-piloto. Cada empresa participante decide como vai implantar o programa e quantos departamentos entrarão na fase do projeto-piloto.

A iniciativa, que começou em 2019 na Nova Zelândia, ganhou força na pandemia de Covid-19 e se espalhou por países de Europa, África e América do Norte, está sob a gestão do movimento "4-Day Week", comunidade sem fins lucrativos que conta com o apoio da Reconnect Hapiness at Work para a realização do experimento no Brasil.

Suor e lágrimas

A população de Volta Redonda ainda tem em mente a luta dos trabalhadores da CSN para que o turno de 6 horas vigorasse. O movimento, em 1988, custou, inclusive, a morte de três metalúrgicos: Willian, Valmir e Barroso. Eles foram mortos durante confronto com o Exército na greve de 1988, que reivindicava tambpem outras melhorias, incluindo salarial.

- A jornada diária de trabalho do metalúrgico é de 6h e que está garantida na Constituição de 1988. Além disso, a limitação da jornada extraordinária e o pagamento de adicional de horas extras são conquistas de séculos de lutas da classe trabalhadora. Lutas que garantiram espaço para vida social e convivência familiar. E para tentar convencer o trabalhador, a CSN oferece um "abono" e, pior, ainda implantou o famigerado banco de horas conclui Edimar.

 

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