Mototaxistas ganham espaço em Volta Redonda
Apesar do custo-benefício, classe afirma que é desvalorizada
Ana Luiza Rossi
Após oito meses da implantação da modalidade nas plataformas de viagens Uber e 99, passageiros de toda região podem solicitar viagens de motocicleta. A opção, geralmente tem maior custo-benefício, mas, motociclistas de Volta Redonda precisam suprir a alta demanda pela tarifa mínima do aplicativo, menor que a passagem do transporte público.
Uma enquete realizada nas redes sociais do jornal Correio Sul Fluminense, revelou que 25% dos participantes utilizam a modalidade com bastante frequência e 13,8% utilizam de vez em quando. A enquete envolveu a participação de mais de 70 pessoas, apenas seguidores do jornal, e não representa uma opinião pública geral.
Entre os benefícios apontados pelos seguidores e também pela moradora Bárbara Lopes, está a agilidade e menor preço. "É muito mais barato ir de moto do que ir de carro, fora a rapidez. Se peço uma moto para chegar em um compromisso chego em cinco minutos, se eu pego um carro, chego em dez. Para mim, o custo-benefício é o melhor. O único ponto negativo é em dias de chuva", disse.
Desvalorização
O motociclista Ricardo Manoel da Silva, que atua na cidade pelas plataformas de viagem, relata que trabalha com sua moto desde os 18 anos e que hoje, após nove anos, atua como mototáxi. Apesar de relatar mais autonomia, por fazer suas próprias escalas de horário, ainda lida com a desvalorização da profissão.
"A 99, que é a plataforma mais usada por nós mototaxistas, de todo mal não é ruim. O único problema são as taxas mínimas que a plataforma favorece, como por exemplo, R$ 4,00, R$ 4,40 e até mesmo R$ 5,00. Sendo assim, a taxa é mais baixa que a própria tarifa do ônibus", disse.
Em contrapartida, já que a passagem municipal está na faixa dos R$ 4,95, os mototaxistas possuem uma alta demanda e arcam com os aparatos de segurança, como o capacete. "A plataforma não favorece nada. Nós temos gastos com gasolina que está um absurdo, pneus, óleo, pastilhas de freios, sem contar a responsabilidade de carregar vidas em nossa garupa", ressaltou Ricardo.
*Estagiária