Atos contra a legalização do aborto tomam as ruas do Rio

Interior do Estado do Rio promove manifesto, a exemplo do restante do país

Por Ana Luiza Rossi

Barra Mansa promove ato contra o aborto na Praça da Matriz

Por Ana Luiza Rossi

Na manhã desta quinta-feira (12), no feriado de Nossa Senhora Aparecida, aconteceu um ato pacífico realizado em Volta Redonda e Barra Mansa, Porto Real e Resende, duas cidades do interior do Estado do Rio de Janeiro, contra a legalização do aborto.

Em Volta Redonda, a caminhada foi conduzida de forma apartidária saindo da Praça Brasil, onde centenas de pessoas apoiando a causa pró-vida se reuniram. Um dos organizadores do movimento na Cidade do Aço, Hermiton Moura, explica que o evento é para conscientizar as pessoas sobre a defesa da vida, em qualquer situação.

"O motivo de estarmos aqui hoje é porque o Supremo Tribunal Federal pretende liberar aborto até a 12ª semana. A gente entende que o STF não tem autorização. De acordo com a nossa Constituição, a competência para legislar sobre o assunto é do Congresso Nacional. Vamos cobrar hoje que deputados e senadores assumam o controle da situação" disse.

O evento, que estava marcado para iniciar às 09h, começou após 50 minutos com a fala de Hermiton acerca da marcha. Em seguida, foi cantado o hino nacional do Brasil e depois foi feito um apelo de orações de proteção e cessar guerra em Israel, seguido do hino nacional israelense.

Medidas de conscientização

A aposentada Fátima Ferreira, apoiadora da causa, comenta que o ato não é somente sobre a criminalização do aborto, mas também sobre responsabilidade e medidas de conscientização.

"Em um país onde anticoncepcional e preservativo são distribuídos gratuitamente, só engravida quem quer. Pra vítimas de abuso, já existe legislação. O que precisa é educação e conscientização", declarou.

Para apoio da caminhada, estava a GMVR (Guarda Municipal de Volta Redonda). Também estavam presentes no movimento os vereadores Hálison Vitorino e Rodrigo Furtado, o empresário Mauro Campos, presidente do diretório municipal do PL e pré-candidato à prefeitura, entre outras lideranças e moradores.

Em Barra Mansa, o fundado do Movimento Conservadores do Sul Fluminense, Raphael Torturela, que participou do ato na Praça da Matriz, no Centro, pela manhã, também se posicionou contra o aborto.

- A sociedade brasileira tem condições de sensibilizar o Supremo Tribunal Federal a não legalizar a prática do aborto no Brasil.O aborto não pode ser autorizado porque ofende a Deus, que fez o homem e a mulher à sua imagem semelhança e os abençoou dizendo: "Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a" (Gn 1,28). E determinou: "Não matarás" (Êxodo 20, 13), e sim, amarás a Deus sobre todas as coisas e ao "próximo como a si mesmo.", afirmou, e completou:

-A inviolabilidade do direito à vida é um direito constitucional, e qualquer lei que viole esse direito é uma lei inconstitucional, é uma lei nula, que não pode ser cumprida.

Em todo o país

As manifestações pró-vida e contra a descriminalização do aborto ocorreram em mais de 80 cidades de todo o Brasil nesta quinta-feira (12).

O evento no feriado aconteceu em reação ao início da votação da ADPF 442, ação levada pelo PSOL ao STF para tentar descriminalizar o aborto no Brasil. Em 22 de setembro, dias antes de se aposentar, a ex-ministra Rosa Weber pautou o julgamento em plenário virtual para deixar registrado seu voto favorável ao aborto.

Pela legislação brasileira, o aborto é permitido em três casos, se praticado por médico: gravidez decorrente de um estupro, risco à vida da gestante e anencefalia do feto.

O arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, se manifestou contra o aborto durante a missa solene das 9h, a principal do 12 de outubro no Santuário Nacional, lotado de fiéis. Segundo Dom Orlando Brandes, a pressão para liberar o aborto no Brasil é muito grande. "Para a Igreja a vida começa na fecundação. E por isso o embrião, já no início da vida humana, tem todas as características da futura pessoa, e deve ser defendido", afirma.

Dom Orlando explicou que Igreja acrescenta outros valores a esse diálogo com a ciência que certifica a questão da vida humana. "A vida vem de Deus, a vida é única, e Jesus Cristo se encarnou e deu mais dignidade a esta vida", ressalta.

*Estagiária