Por: POR SONIA PAES

CORREIO DO VALE: ArcelorMittal dá férias coletivas em Resende

Fábrica de Resende faz parada temporária | Foto: Wallace Feitosa/Divulgação

ArcelorMittal dá férias coletivas em Resende

A escalada chinesa na siderurgia brasileira acendeu o alerta no setor e reflete até no Médio Paraíba. A ArcelorMittal anunciou que irá paralisar temporariamente a produção na unidade de Resende. Cerca de 400 empregados dos atuais 668 vão ter férias coletivas ou fará compensação do banco de horas durante a paralisação que começa agora, em novembro e, a princípio, vai até dezembro. Também haverá paralisações transitórias nas plantas de Juiz de Fora (MG) e de Piracicaba (SP). A empresa trata o assunto como "paradas técnicas".

 

Barra Mansa continua operando

A siderúrgica poupou a fábrica de Barra Mansa (antiga Votorantim), que funcionará normalmente, entre outras do país. Em 2021, ano do centenário da empresa no Brasil, a ArcelorMittal retormou as operações da Aciaria na unidade barramansense. A iniciativa demandou, na época, investimentos de R$ 19 milhões quando o mercado do aço estava franco crescimento.

Demanda cai no mercado nacional

Por meio de nota, a siderúrgica alegou que a medida foi tomada em virtude do "aumento recorde da importação direta e indireta de aço tem tido impacto, cada vez maior, nas vendas internas e na produção das siderúrgicas no Brasil". No caso de Juiz de Fora e da usina paulista, os empregados não serão afetados. A intenção é ajustar a produção de aço frente à uma baixa demanda no mercado nacional e crescimento das importações.

CEO da CSN fala de importação exagerada

Na esteira de uma possível crise, companhias de minério e de siderurgia listadas na Bolsa de Valores, também estão preocupadas com o cenário. Os principais nomes são Vale, CSN, que tem a Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, Usiminas e Gerdau. Aliás, o CEO do grupo CSN, Benjamin Steinbruch, se manifestou sobre o problema causado pelo gigante asiático em teleconferência realizada em 14 de novembro, quando os resultados do terceiro trimestre da siderúrgica foram divulgados. Segundo ele, "a importação de aço que está correndo de forma exagerada e desorganizada no Brasil".

Taxação de 25%

Steinbruch defende a taxação de 25% do aço que vem de fora: "A maioria dos países tem 25% de taxação e alguns deles tem essa taxação mais cota. Aqui, nós tínhamos 12,5%, baixamos para 6%, voltamos para 9%, estamos muito defasados do que é praticado no mundo".

Protecionismo

A CSN alega ser altamente prejudicada com o que considerada excesso de importação de aço no Brasil. Naz opinião de Steinbruch, "o mundo vive um período de protecionismo e o governo brasileiro não pode ficar indiferente ao que o resto do mundo está praticando".

Queda no lucro

Em 13 de agosto, a CSN de Benjamin Steinbruch reportou ao mercado lucro líquido de R$ 90,8 milhões para o terceiro trimestre, queda de cerca de 62% sobre o resultado obtido um ano antes e recuo ante os R$ 283 milhões do trimestre imediatamente anterior.

Outros mercados

O Grupo CSN, além de aço, atua no mercado com cimento e minério de ferro, que apresentou queda anual de 12% nas vendas da área de siderurgia, com recuos equivalentes tanto no mercado interno quanto externo, conforme balanço divulgado.

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