Por: Ana Luiza Rossi

Crise na saúde: Hospital Municipal Munir Rafful tem falta de anestesistas

O centro cirúrgico funciona apenas dois dias e o número de pacientes só aumenta | Foto: Arquivo/PMVR

Ana Luiza Rossi

O Hospital Municipal Munir Rafful (HMMR), no bairro Retiro, em Volta Redonda, está com o centro cirúrgico funcionando com 70% a menos de sua capacidade devido à falta de anestesistas. Isso acontece porque, segundo médicos do hospital, o pedido de reajuste salarial e melhorias nas condições de trabalho não foram atendidos. Com o centro cirúrgico defasado, diversas cirurgias foram canceladas e a fila de pacientes está aumentando.

Um dos médicos do HMMR explicou ao Correio Sul Fluminense que o centro cirúrgico funciona de segunda a sexta-feira, mas, pela falta de anestesista, atende apenas dois dias na semana. "Nós temos três salas cirúrgicas. Nós estamos com anestesista apenas na terça-feira e na sexta-feira, mas como são três salas, o correto é um anestesista para cada sala. Na terça, temos três, mas na sexta-feira, apenas um. Nos outros dias não temos nenhum anestesista e o centro cirúrgico fica parado", disse.

O centro cirúrgico atende a demanda de pacientes ambulatoriais e ainda de pacientes internados, que podem necessitar de uma cirurgia de urgência, mas, pela falta de profissionais, precisam ser encaminhados para outro hospital público, caso seja necessário.

"Aqui está sem anestesista e sobrecarrega o Hospital São João Batista também, que em breve, vai pedir socorro", pontuou um médico.

As alegações são que, há anos, os anestesistas não recebem o reajuste e recebem um dos menores salários da região Sul Fluminense. Outra queixa é a falta de condições de trabalho devido os equipamentos defasados.

O Correio Sul Fluminense entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição, por volta das 22 horas.

Captação

Em release enviado à Imprensa nesta segunda-feira, dia 04, foi informado que o Hospital Munir Rafful promoveu, no final de semana, a captação de fígado e córneas de um homem de 66 anos que teve morte encefálica. O fígado vai beneficiar um paciente que aguardava pelo transplante e as córneas vão para o Banco de Olhos, localizado no Hospital São João Batista.

"Com a morte encefálica constatada, esse diagnóstico é irreversível. A partir daí começa um trabalho de abordagem à família por parte da equipe do hospital, além do desafio de manter o paciente em condições de doação, o que exige equipe treinada e especializada, medicação", explicou Rogério Almeida, diretor-médico do Hospital do Retiro.

Para fazer a captação é preciso seguir um protocolo, com três etapas. A primeira delas é identificar o paciente com uma possível morte encefálica; a segunda prevê a realização de exames clínicos e complementares para a confirmação da morte encefálica; e, por último, a abordagem familiar.

*Estagiária, com informações da prefeitura

 

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