Movimento contra poluição organiza assembleia em Volta Redonda
Ana Luiza Rossi*
Após cinco meses do ato público contra as emissões poluentes da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em Volta Redonda, o Movimento Sul Fluminense contra Poluição comunicou em um grupo de WhatsApp que haverá uma assembleia no próximo sábado (16).
Em continuidade aos trabalhos feitos nos últimos dois anos para pressionar o poder público, órgãos fiscalizadores e a siderúrgica, Alexandre Fonseca, um dos representantes do movimento, afirma que o encontro será para repassar os avanços da causa e debate dos próximos passos.
Em entrevista exclusiva para o Correio Sul Fluminense, Alexandre afirmou que uma das informações que serão repassadas na reunião é a compra de dezenas de equipamentos de medição de poluentes que serão distribuídos gratuitamente para a população. Os aparelhos são de pequeno porte que medem materiais particulados tipo PM10, vistos a olho nu, e PM2.5, de partículas finas. O investimento virá de parcerias com partidos e sindicatos. "Será muito importante, pois não confiamos nos dados da CSN", declarou.
Próximos passos
Outra intenção da assembleia é definir o próximo ato de rua. De acordo com Alexandre, se a proposta surgir para daqui alguns meses, a organização do movimento acatará. A intenção é aumentar a movimentação a partir de março ou abril, quando as chuvas estacionam e iniciam o período de seca, em que a poluição fica mais visível.
"Estamos com várias estratégias para além do ato de rua, ele é o ápice da movimentação, mas também há outros momentos importantes como audiências públicas, reuniões e assembleias", afirmou, ressaltando que o próximo ato será ainda mais expressivo. "Queremos uma organização potente. Tentando organizar pra que quando esse momento mais uma vez apareça, que a gente esteja pronto para um ato ainda maior", concluiu.
Ato público
Em julho, uma semana após o aniversário de Volta Redonda, o 'Movimento Sul Fluminense contra a Poluição' realizou uma passeata para expressar a indignação contra o 'pó preto' emitido pela CSN. A ação reuniu milhares de cidadãos e organizações.
Na ocasião, durante a passeata, os representantes do movimento lançaram um manifesto. No documento, entre uma das solicitações, foi o pedido de um estudo conduzido por instituições federais acerca dos impactos da poluição atmosférica, sonora e hídrica lançada pela siderúrgica na saúde da população.
Ainda, propuseram a implantação de um sistema de monitoramento ambiental, custeado pela CSN, porém, sob fiscalização permanente de um corpo técnico qualificado e formado por representantes de universidades locais.
*Estagiária