Lanna Silveira*
O bairro Jardim Real, em Pinheiral, sofre com episódios constantes de picos de luz, em que a iluminação das casas tem sucessivas quedas repentinas. Segundo moradores, esse problema ocorre com maior intensidade em dias chuvosos, mas os picos não são consequência de condições climáticas, podendo acontecer em dias ensolarados.
Essa realidade não é recente ao bairro. Ainda de acordo com os moradores, as falhas de iluminação acontecem no local há pelo menos dez anos, e nenhuma medida foi tomada para resolver a situação. Além de atrapalhar a rotina de quem mora no local, as quedas de luz sucessivas já causaram danos em aparelhos e eletrodomésticos de vários moradores.
Problema sem solução
Adrielle Souza é residente do bairro há dois anos, e garante que os picos de luz acontecem desde que se mudou para o local. A moradora constata que entrar em contato com a Light, empresa responsável pelo serviço de iluminação da cidade, nunca foi útil para resolver a questão. "Confesso que hoje em dia nem tento mais falar com eles. Só fiz quando a minha geladeira queimou, mas também não adiantou de nada", explica.
Adrielle mora em Pinheiral há 14 anos, e faz questão de ressaltar que o problema não é restrito ao bairro Jardim Real. Em setembro de 2023, moradores do bairro Vale do Sol também relataram depoimentos sobre episódios de picos de luz ao Correio Sul Fluminense.
Danos e impasses
Danielle Silveira mora no local há seis meses e confirma que as quedas são constantes e que não há nenhuma promessa de melhora por parte da Light. De acordo com a moradora, um dos episódios de queda resultou em perdas materiais na sua residência. "Uma geladeira da casa queimou, e tivemos um prejuízo de mais de R$ 500. Depois disso, tivemos que comprar um aparelho pra todos os equipamentos elétricos pra evitar que mais coisas estraguem", explica.
Além dos danos, Danielle enfatiza que os picos de luz afetam sua rotina de trabalho, que é feito em home office. "Preciso parar de trabalhar e esperar até a luz estabilizar. Isso faz perder tempo", aponta.
Atendimento da empresa
Outra reclamação dos moradores é sobre a mudança do sistema de atendimento da Light, que passou a ser automatizado. Para o grupo, esse método não é suficiente para que o problema possa ser relatado. "Todas as vezes que procurei o atendimento, preferi ir até a sede da Light. Aquele 'robozinho' demora muito", constata Adrielle.
Neste modo de atendimento, a própria empresa oferece as opções de "problemas a serem resolvidos" para serem selecionados pelos clientes, junto a uma opção de "outro problema" para que a situação seja descrita.
Danielle enfatiza que nenhuma das opções de problemas oferecidas pelo atendimento se encaixa nos picos de energia que acontecem no bairro. Além disso, caso o morador tente descrever como as quedas de luz ocorrem, o atendente automático não consegue identificar a situação. "Acabamos nem conseguindo informar exatamente o que está acontecendo à Light", lamenta a moradora.
Esclarecimentos
O Correio Sul Fluminense entrou em contato com a Light para entender o porquê desses picos ocorrerem e saber sua posição quanto às críticas dos moradores. Em nota, a empresa declarou que, após a realização de uma vistoria na região do bairro Jardim Real, foi detectada a necessidade de podar árvores no local para que a rede de luz melhore. A empresa também garante que uma poda no bairro foi agendada para o próximo dia 11. A equipe enfatiza que a poda de árvores é uma obrigação do órgão municipal e a Light é acionada somente para desligar a rede.
O comunicado da equipe não apresentou motivo do problema estar acontecendo há anos no bairro, nem respondeu às reclamações dos moradores sobre o novo método de atendimento adotado.
*Estagiária
