A Campanha Janeiro Branco completa 10 anos em 2024 e todo início de ano, enfatiza a conscientização popular sobre os cuidados com a saúde mental e emocional. Ela ocorre justo em janeiro por ser mês em que as pessoas refletem sobre suas vidas, planejam o novo ano com novas metas pessoais e profissionais. A ideia de campanha é prevenir doenças decorrentes do estresse como ansiedade, depressão e pânico.
A campanha divulgada pelo Instituto Janeiro Branco busca oferecer informações, conhecimentos e combater preconceitos em torno das questões de saúde mental para encorajar diálogos abertos sobre o tema. Tais diálogos podem ocorrer quando a pessoa procurar por um profissional de saúde especializado em saúde mental, como psicólogos ou psiquiatras, mas também empresas podem tomar iniciativa para auxiliar seus funcionários a melhorar sua saúde mental.
De acordo com a Psicóloga especializada em Terapia Cognitivo Comportamental de Alta Performance, Thaisa Cardozo Madeira, as empresas da região Sul Fluminense devem ter papel fundamental para amplificar a relação entre colaborador e o empregador.
"Para aderir ao janeiro branco, é importante que a empresa saiba a importância e o papel do líder na saúde mental de seus colaboradores e ofereça uma capacitação sobre o tema. Falar sobre saúde mental ainda é um tabu dentro da empresa, muitas vezes acontece o afastamento do funcionário devido a estresse sem que seja citado a razão da ausência, pois é comum que o empregador discrimine ou até mesmo dispense o funcionário", alertou Thaisa.
Síndrome de Burnout
Uma das doenças mentais que tem se destacado nos últimos anos é a Síndrome de Burnout, que foi caracterizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença ocupacional. Ela pode ser confundida com depressão por refletir em comportamentos negativos como: alterações no humor, apatia, baixa autoestima e pessimismo, além de cansaço constante, enxaqueca, dores musculares, entre outros. Tais sintomas são geradas por situações do dia a dia de trabalho que podem causar esgotamento profissional.
Por conta destas características, Thaísa comenta que criar um ambiente de confiança para tratar da importância da saúde mental sem julgamento pode contribuir para que o colaborador fique menos esgotado e dê mais resultado em seu local de trabalho.
"A cultura punitiva que existem em algumas empresas podem prejudicar o desempenho e saúde mental, sendo assim, é necessário criar uma cultura de feedback entre funcionário e o líder, respeitar as horas de descanso, estimular o autocuidado e acolher o funcionário que está enfrentando um momento difícil", comentou a psicóloga mas também reforçou que a terapia é a principal aliada para o colaborador melhorar sua saúde mental e adquirir autoconhecimento.
Conciliar trabalho e vida pessoal
Durante a correria do dia a dia, Leonara Póvoa, se desdobra para conciliar seu trabalho com a vida pessoal. A jornalista, de 27 anos, irá se casar neste ano e precisa se virar para atender as demandas do serviço e também da cerimônia tão aguardada.
"Quando estou no trabalho tento não pensar muito no casamento, só se for como uma distração, se não, realmente dá a sensação de estar sobrecarregada com trabalho e casamento ao mesmo tempo, mas estou tendo ajuda para resolver as coisas com meus pais e o Filipe (noivo). Quando estou de folga, como tem grupos do serviço no WhatsApp, acaba sendo quase impossível não ver algo referente, mas deixo para me preocupar durante o expediente mesmo", contou a jornalista.
Para se "desligar do trabalho", a jornalista costuma ler livros, assistir séries e filmes no intuito de ter momentos de lazer e descontração para não lembrar das demandas do serviço.
Outras atividades que podem ajudar, segundo a psicóloga Thaisa Cardozo Madeira é que o trabalhador busque ter uma rotina saudável através de alimentação, atividade física, buscar hobbies fora da empresa, e priorizar o sono.
