Por: Ana Luiza Rossi

Volta Redonda: aparelho de medição do ar é apresentado em reunião

O aparelho foi apresentado por coletivo que também fiscaliza siderúrgica do Rio | Foto: Ana Luiza Rossi/CSF

Neste sábado (27), o movimento 'Sul Fluminense contra Poluição' se reuniu em uma segunda assembleia para demonstrar a funcionalidade de um detector de qualidade do ar, adquirido para medir os níveis de partículas emitidos pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda. Na ocasião, também foi convidado o grupo Martha Trindade, responsáveis por fiscalizar uma siderúrgica, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, que também é alvo de denúncias, para fazer comparativo do caso com a CSN.

Uma das integrantes do grupo, Jamilly do Carmo, explicou que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição vinculada ao Ministério da Saúde que atua na pesquisa e desenvolvimento científico da saúde do país, surgiu com a proposta da Vigilância Popular em Saúde e disponibilizou os aparelhos detectores para fazer a medição de níveis como o PM2.5, partículas finas que afetam diretamente a qualidade do ar, meio ambiente e a saúde humana.

Na assembleia, o grupo pode explicar sobre os procedimentos de medição e alguns fatores que precisam ser considerados durante a coleta dos dados, para que a própria população possa fiscalizar e contrapor informações ou levantamentos equivocados. Entre os dados que precisam ser considerados para montar o relatório, está a direção do vento, latitude, longitude e as medições em um raio de pelo menos cinco quilômetros da fonte poluidora.

Ainda, para se obter relatórios completos o mínimo é, pelo menos, três meses de pesquisa. Para dados ainda mais relevantes, o ideal é que se estenda para comparar o lançamento de partículas em diferentes condições climáticas.

Na prática

A metodologia será replicada em Volta Redonda em pontos específicos, já que cada bairro possui peculiaridades devido à direção do vento, segundo um dos fundadores do movimento no Sul Fluminense, Alexandre Fonseca. Para isso, foram adquiridos três equipamentos de medição PM10 e PM2.5, que estão sendo importados dos Estados Unidos. "Não confiamos nos dados que são gerados pela própria CSN. O dado gerado passa por uma auditoria do Inea-RJ (Instituto Estadual do Ambiente), que confia na informação. Acreditamos que há problemas nisso e por isso faremos essa medição", afirmou.

Outra integrante do grupo Martha, Aline Araújo, afirmou que mesmo há pouco tempo na cidade, o aparelho captou níveis acima do permitido por lei. "É importante realizar essa vigilância para que possam ser cobradas ações de políticas públicas", disse.

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