Por: Ana Luiza Rossi

Intervenções no São Luiz completam 2 anos sem fim

A obra de drenagem estava prevista para encerrar em 3 meses mas já leva 2 anos | Foto: Ana Luiza Rossi/CSF

Os moradores do bairro São Luiz, em Volta Redonda, há pelo menos dois anos passam por obras para reparo do sistema de drenagem do bairro. As obras, que iniciaram no fim de 2022, estão sendo executadas pela construtora MRV como medida compensatória, como negociação por possíveis erros durante a construção de um condomínio. Devido às intervenções, as ruas em período de seca formam nuvens de poeira e em chuva, deixa o bairro com muito barro.

Segundo o presidente da Associação de Moradores do bairro, Leandro Souza, os erros provocados pela construtora rendeu em uma negociação com a prefeitura de, além do conserto do sistema de drenagem, na reforma de praças do bairro e também na construção de uma creche. Ainda, de acordo com o presidente, a empresa já teria feito o repasse do valor para cumprimento dos itens acordados, mas até hoje não houve nenhum retorno da prefeitura, apesar do projeto da creche estar até pronto.

As obras de drenagem foram iniciadas por outra empresa, mas devido a falhas na prestação de serviços foi substituída pela própria MRV. Quem faz o acompanhamento da obra é o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPPU), autarquia da prefeitura de Volta Redonda.

Moradores reclamam

Segundo Daniele Aparecida, moradora da rua Vereador Geraldo Silva, após a inserção incorreta de uma manilha no sistema de drenagem, vizinhos perderam móveis, eletrodomésticos e outros itens devido a uma enchente. Para correção, abriram a rua, que ainda está desnivelada e sem asfalto. "Continua com muitos buracos e isso gera problemas para todo mundo, além da poluição. Tempo seco, é muita poeira, quando chove, é muito barro", disse.

Ainda de acordo com a moradora, foi proposto para os moradores que um caminhão passasse para molhar a rua e evitar a circulação do pó, mas não foi suficiente para reverter o caso. "O pouco [de asfalto] que tinha, levaram com a obra. Quando jogam o pó de pedra, é superficial, na primeira chuva leva tudo embora".

No entanto, os incômodos causados pelas obras vão além da poeira e barro, já que o comércio local sofre devido à evasão de clientes por conta desse cenário. A proprietária de academia e moradora do bairro, Carla Andreia, afirma que está perdendo o piso e está tendo despesas fixas com manutenção das esteiras devido a poeira da obra. Ainda, revelou que perdeu uma catraca devido o pó, após ocasionar danos nos componentes eletrônicos do aparelho. Para manter o controle do espaço, teve que comprar um novo equipamento, que custou mais de R$6 mil. "Não sei dizer o que é pior, a poeira ou o bairro, fica um caos. Eu fiquei no prejuízo", disse a proprietária.

Além disso, a obra provoca danos à saúde. O morador Uelson Lopes, que afirma ter tem crise de sinusite alérgica, diz quejá procuraram autoridades, mas que por falta de retorno, estão pensando em realizar um manifesto. "Com a saúde normal, isso já faz mal, para nós que temos problema de saúde, é pior ainda".

Respostas

A empresa MRV disse, por meio de nota enviada ao Correio Sul Fluminense que "as contrapartidas em acordo com a prefeitura local já foram entregues. Apenas o serviço de drenagem não foi concluído, devido ao período de intenso volume de chuvas no local, o que prejudica a qualidade do mesmo".

Já o presidente do IPPU, Abimailton Pratti, afirmou que até terça-feira que vem a empresa finalizará as obras de drenagem e já está em fase de asfaltamento. Já sobre o projeto de creche, ele não soube responder.

 

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