Faltando seis meses para o vencimento do TAC (Termo de Ajustamento e Conduta) firmado pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) com os órgãos ambientais estaduais e o MPF (Ministério Público Federal), a empresa apresentou metas traçadas para serem atingidas até o ano de 2026. A apresentação foi feita na noite de segunda-feira, dia 29, pela diretora de Sustentabilidade, Helena Guerra, ao lado do diretor-executivo de Siderurgia, Alexandre Lyra, e do diretor institucional e jurídico, Luiz Paulo Barreto, no Hotel Bela Vista, de propriedade do Grupo CSN. Entre os anúncios, reformas e trocas de equipamentos da Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, que é alvo de denúncias de poluição ambiental e precariedade nas principais áreas de trabalho.
Helena Guerra falou sobre a poluição atmosférica emitida pela CSN em Volta Redonda e afirmou que a expectativa é que parte dos novos equipamentos estarão instalados e funcionando até julho deste ano. Ainda segundo ela, as sinterizações e as coquerias - dois processos da fabricação do aço - estão incluídas no projeto anunciado pela CSN.
Alexandre Lyra fez coro às palavras da diretora. "A planta da empresa que vai fazer a instalação dos novos equipamentos, mais modernos e menos poluentes, já está na Usina", disse Lyra. Em julho do ano passado, a empresa anunciou investimentos da ordem de R$ 700 milhões em equipamentos e filtros contra poeira em Volta Redonda, após ser penalizada com uma multa de R$ 1.013.871,60 justamente por causa do pó preto que toma conta do município diariamente. Na época, a empresa informou a compra, feita em São Paulo, de precipitadores eletrostáticos para o controle da emissão das partículas nas sinterizações, e o enclausuramento das correias que transportam materiais particulados no interior da Usina.
Investimentos e empregos
A direção da CSN anunciou ainda que serão investidos mais de R$ 2 bilhões, sendo que parte desses recursos já estariam sendo aplicados. Com isso, de acordo com a empresa, até 2026 serão gerados em torno de cinco mil novos empregos na Usina. A informação agradou o prefeito Antonio Francisco Neto, do PP, que participou da apresentação feita pela empresa na noite de segunda, no Bela Vista.
"Todos querem a CSN produzindo mais e poluindo menos. Estamos vendo que isso é possível e temos este compromisso firmado pela direção da empresa com nossa cidade. Estamos vendo as coisas acontecerem, vamos seguir atentos e cobrando melhorias, mas felizes por ver a empresa investindo na usina. Vai melhorar a qualidade de vida da nossa população e dos trabalhadores", disse Neto.
Mais do mesmo
Outra promessa que a CSN reacendeu foi com relação aos imóveis e áreas abandonadas que a empresa é dona desde a privatização em 1993. O prédio do Escritório Central, de 16 andares construído na década de 60, cercado atualmente por placas metálicas pintadas na cor azul, passaria a abrigar salas comerciais e outros empreendimentos, conforme a atual proposta da empresa. Em dois terrenos, dos inúmeros que a Siderúrgica possui, seriam construídos prédios com apartamentos populares com subsídios oferecidos pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ambiente
A CSN informou que comprou e vai doar ao Inea (Instituto Estadual do Ambiente) quatro coletores para medir a emissão do "pó preto". Os coletores, segundo Helena Guerra, devem entrar em funcionamento já em fevereiro.
Sobre a pilha de escória que fica às margens do Rio Paraíba do Sul, a diretora da CSN disse que não há risco de desastres ambientais, mas reafirmaram que todos os acordos feitos para desmobilização da área estão e serão cumpridos.