Por Lanna Silveira
Na última semana, uma funcionária de uma loja do bairro Aterrado, em Volta Redonda, denunciou um caso de extorsão sofrido no estabelecimento em que trabalha. Segundo a vítima, o criminoso entrou em contato por ligação, solicitando uma transação no valor de R$ 5 mil, dizendo ainda que se a transferência não fosse realizada o local seria invadido por ele e mais dois assaltantes.
O acontecimento se espalhou entre os lojistas do Aterrado quase que instantaneamente, por meio do grupo de whatsapp "Segurança Integrada - Aterrado", criado em janeiro do ano passado para facilitar a comunicação entre comerciantes e forças de segurança.
Segundo a lojista Maria Clara Corrêa, algumas pessoas repararam uma movimentação de policiais na avenida e questionaram sobre o motivo no grupo. Assim que os agentes explicaram sobre o golpe aplicado, outros três membros do chat disseram que vivenciaram casos parecidos.
Um desses funcionários é Nadja Mesquita, que sofreu duas tentativas de roubo na loja em que trabalha. Na primeira ocasião, o criminoso telefonou para a loja pedindo informações. Após alguns minutos de conversa com a atendente, o assaltante exigiu que todo o dinheiro do caixa fosse entregue a ele, que estava do outro lado da rua com armas apontadas para a loja. "Ele chegou a descrever a roupa que ela estava usando na hora", ressaltou Nadja.
No segundo caso, os assaltantes seguiram o mesmo procedimento e Nadja identificou o ato criminoso com antecedência. "Assim que eles anunciaram o assalto, eu fingi que não estava escutando bem a ligação e desliguei o telefone. Depois disso, eles desistiram", relata.
Maria Clara também sofreu com um episódio de importunação recente em sua loja. De acordo com ela, um homem entrou alterado no local e começou a mexer na chave do estabelecimento, que estava na porta. "Ele tentou fechar e eu corri para abrir a porta assim que percebi. Fiquei esperando do lado de fora enquanto ele falava coisas sem nexo com a funcionária", explica.
Apesar de não ter feito um boletim de ocorrência, a proprietária contou sobre o ocorrido no grupo de whatsapp e descobriu que a pessoa estava fazendo o mesmo em outras lojas. "A partir disso, a polícia foi atrás dele e conseguiram prendê-lo", aponta.
Ações de segurança
Segundo o delegado de Paraty, Marcelo Russo, o furto é a ocorrência mais comum nas denúncias de lojistas, principalmente de produtos expostos em gôndolas. Marcelo explica que ações geralmente envolvem mais de um assaltante.
O delegado indica que os comerciantes façam uso de medidas preventivas como o uso de câmeras de monitoramento, junto a um aviso de que o local está sendo filmado; presença de fiscais de vigilância pelos corredores e sistemas de alarme nos acessos de saída, conectados à mercadoria. "Essas ações tendem a inibir a conduta dos furtadores", conclui.
O Correio Sul Fluminense entrou em contato com a Delegacia Policial de Volta Redonda (93ª DP) para saber mais informações sobre o grupo "Segurança Integrada", perguntando também sobre outras medidas tomadas para proteger os lojistas e sobre a frequência em que esses casos ocorrem na cidade. Não houve retorno até o fechamento desta edição.