Presidente da Eletronuclear defende marco regulatório
Com patrocínio da Eletronuclear, a Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan) realizou o Nuclear Summit 2024, nos dias 8 e 9 de abril, na sede do Sebrae, no Centro do Rio. O evento contou com diversos paineis e palestras de executivos e especialistas, que debateram o atual momento do setor e novas formas para expandir a atividade nuclear no país.
O diretor geral da International Atomic Energy Agency (IAEA), Rafael Mariano Grossi, fez um discurso de abertura, onde destacou o papel fundamental da energia nuclear para uma economia de baixo carbono.
O presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, palestrou no primeiro dia do evento e defendeu que, como nosso país é referência na produção de energia sustentável, a energia nuclear não pode ser colocada de lado, pois é limpa e essencial para a transição energética. "A nossa matriz elétrica é sem dúvidas a mais limpa do mundo e foi feita com esforço de cada um dos brasileiros. O mundo quer chegar em 2050 como o Brasil está hoje. Não dá para pensar em transição energética sem a energia nuclear", disse Lycurgo.
Outro destaque da fala do presidente foi sobre o fato de inexistir a figura de um monopólio estatal constitucional sobre a atividade de geração elétrica a partir de fonte nuclear. "O Congresso Nacional pode, através de lei ordinária, regulamentar a participação da iniciativa privada neste setor, preservando o orçamento da União para os grandes desafios sociais que temos no país", complementou.
O presidente da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), Luis Fernando Paroli, fez um discurso em prol da união do setor e valorizou a importância do encontro para acelerar os projetos. "Nós temos aqui todos os órgãos e agentes importantes para destravar essa indústria. Nós somos os responsáveis, então vamos construir e fazer. Temos que desmistificar o setor", disse Paroli, pedindo uma comunicação mais clara com a sociedade para demonstrar os benefícios da energia nuclear.
Entre os principais pontos abordados no evento, ganhou destaque o potencial do Brasil em se tornar um dos grandes exportadores de urânio do mundo, em um mercado que demonstra alto potencial de crescimento nos próximos anos.
Eletronuclear,
Abdan e Sebrae
No primeiro dia de evento foi realizada a cerimônia de encerramento do projeto Encadeamento Produtivo, realizado em conjunto pela Eletronuclear, Sebrae e Abdan, que busca o desenvolvimento e aproximação entre as pequenas, médias e grandes empresas do setor nuclear.
Como resultado, após 268 horas de consultoria e 146 horas de instrutoria, o projeto gerou impactos positivos nas empresas participantes, que tiveram um aumento médio de 14% na produtividade, 10% no faturamento e 30% no quadro de funcionários, além de gerar novos negócios e interação entre os empresários locais do setor nuclear.
Mais sobre o Nuclear Summit
Em dois dias, o Nuclear Summit debateu as tendências, o futuro e a importância do setor nuclear na economia brasileira, bem como o papel de protagonismo na busca por uma geração de energia mais sustentável e na descarbonização.
Estiveram presentes autoridades ligadas ao setor, como o secretário do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Inácio Arruda, além dos deputados federais Julio Lopes (PP-RJ) e Reimont (PT-RJ), presidente e coordenador, respectivamente, da Frente Parlamentar Mista da Tecnologia e Atividades Nucleares (FPN), bem como representantes das principais empresas internacionais que atuam no país como Rosatom, Holtec, Framatome Westinghouse, entre outras.