Professores da UFF de Volta Redonda entram em greve
Por Lanna Silveira
A partir de hoje (29), os professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) de Volta Redonda entram em greve, que acontece a nível nacional e não tem previsão de término. Esta é a segunda mobilização do movimento grevista da UFF neste ano; no dia 15 de abril, houve uma paralisação de 24 horas, também aderida nacionalmente.
A greve foi aprovada entre os docentes da universidade em uma assembleia realizada pela AdUFF (Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense) no dia 18 de abril, com 239 votos favoráveis. Entre as reivindicações da categoria, estão a disponibilização de maior orçamento para as unidades da UFF; garantia de recomposição salarial, que varia de 22% a 34%, dependendo da categoria; reestruturação das carreiras da área técnico-administrativa e de docentes de institutos federais; e reajuste salarial de 22,7% para os professores de universidades.
Segundo a assessoria de imprensa da AdUFF, a duração da greve depende da negociação com o governo e de uma avaliação nacional da categoria, que envolve um Comando Nacional de Greve. O posicionamento dos grevistas também será definido por assembleias convocadas pelas seções sindicais de cada estado, que têm autonomia para decidir todos os passos locais da greve - incluindo a manutenção ou suspensão do movimento.
Os representantes da AdUFF ainda afirmam que houve uma rodada de negociações com o governo no dia 19 de abril, logo após a assembleia que determinou a greve. O poder público teria apresentado uma proposta que está sendo analisada pelas entidades sindicais.
Mobilização estudantil
Além dos professores, alunos da UFF também demonstram apoio a greve e estão insatisfeitos com a situação da universidade. Após o anúncio da paralisação, estudantes de Volta Redonda formaram um 'Comitê de Greve' com o propósito de articular as reivindicações do corpo discente da UFF e prestar apoio aos professores.
A equipe do Comitê ressalta que os alunos de Volta Redonda têm necessidades específicas que não são atendidas pela reitoria ou pelo governo. O grupo pede por melhores medidas que garantam a permanência dos estudantes na universidade, como mudanças no Restaurante Universitário - conhecido como bandejão -, e a construção de um alojamento discente. A qualidade do transporte público oferecido aos alunos também é questionada pelo grupo, que afirma que o BusUFF sofre de superlotação diariamente e recebe baixo orçamento para conserto.
O Comitê ainda cita outros problemas que ocorrem na UFF. "Muitos departamentos estão com falta de professores, muitos laboratórios e salas de aula carecem de manutenção predial urgente para lidar com infiltrações e outros problemas de infraestrutura", ressaltam.
*Estagiária