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Audiência discutirá pessoas em situação de rua em VR

Audiência foi requerida pelo vereador Renan Cury e será realizada em junho | Foto: Divulgação

Por Lanna Silveira

Uma audiência pública sobre o contingente de pessoas em situação de rua em Volta Redonda será promovida na Câmara Municipal no dia 4 de junho, às 19h. Com o tema "Segurança Pública, Uso de Drogas e Pessoas em Situação de Rua em Volta Redonda", o encontro foi de autoria do vereador Renan Cury no fim de maio.

A audiência contará com a presença de autoridades de segurança, assistência social, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), entre outras. O evento também estará aberto para a participação pública.

Renan explica que o objetivo da audiência é abordar situações de insegurança pública que ocorrem eventualmente pelo comportamento de alguns desses moradores. A ideia de discutir o tema junto a autoridades surgiu após o vereador presenciar um grupo de pessoas em situação de rua zombando de uma criança e importunando uma mulher no bairro Aterrado.

O vereador recebeu relatos de moradores e comerciantes que foram coagidos por pessoas em situação de rua e tiveram seus estabelecimentos vandalizados. Também foram denunciados atos de importunação sexual e consumo de drogas e álcool.

Renan Cury ressalta que não pretende reforçar o estereótipo de que todas essas pessoas representam um perigo à sociedade, mas sim discutir a possibilidade de usar o poder da polícia em situações que não sejam caso de assistência social.

"Queremos, com a audiência, documentar o que está acontecendo para justificar ações mais eficazes. Uma coisa é certa: do jeito que está, não dá" concluiu o vereador.

Existe uma série de ações da gestão municipal que direcionam atenção às pessoas em situação de rua. Na última quarta-feira (15), a Prefeitura realizou uma abordagem social a algumas das pessoas desabrigadas do bairro Aterrado, junto ao Ministério Público.

O objetivo da ação foi sensibilizar os moradores a utilizarem os serviços oferecidos pelo Centro de Referência Especializado Uhady Nars, o Centro Pop, no bairro Aterrado.

Segundo Joveline Batista Tomaz, funcionária da Secretaria de Ação Social (Smas), um mapeamento de todas as regiões de Volta Redonda indicou que a maior concentração de moradores em situação de vulnerabilidade está nos centros comerciais. Outros nove bairros também têm registrado a presença dessa população, que vem sendo acompanhada pela abordagem da Assistência Social.

A assistente social ainda orienta a população que, ao ser abordada por um morador em situação de rua, o oriente a buscar ajuda no Centro Pop para ter acesso a alimentação e orientações em geral.

Insegurança antiga

Moradores dos bairros centrais de Volta Redonda, como o Aterrado e a Vila Santa Cecília, vêm fazendo reclamações constantes sobre a concentração de pessoas em situação de rua em determinados pontos da cidade. Segundo informações da Smas, a população de rua já alcança mais de cem pessoas, apresentando um aumento em comparação a anos anteriores.

Um dos maiores receios dos moradores é com relação aos furtos. Sobre a fiscalização pública, o Secretário de Ordem Pública Tenente-Coronel Luiz Henrique Barbosa frisou que a prefeitura investe em ações permanentes para oferecer abrigos para esses grupos. Luiz Henrique também esclareceu que a Guarda Municipal só pode agir caso algum ato criminoso seja pego em flagrante.

Em uma reportagem produzida pelo Correio Sul Fluminense em fevereiro deste ano, a estudante Ada Moreira relatou que já presenciou pessoas em situação de rua sendo direcionadas para a rodoviária, em vez de serem encaminhadas ao Centro Pop ou ao Centro de Atenção Psicossocial ao usuário de Álcool e Outras Drogas (CAPS AD).

Na época, Ada acrescentou que o trabalho dos abrigos da cidade é de qualidade, mas reforça que a burocracia para que o morador seja encaminhado para lá é "imensa", gerando entraves na situação.