Profissionais e treineiros discutem sobre segurança nas academias
Por Lanna Silveira
A discussão sobre a segurança nas academias ganhou força na internet após um acidente ocorrido em agosto no ano passado, em que todo o peso de uma leg press - aparelho para treinamento de perna - caiu em cima de um aluno, causando danos permanentes em sua coluna.
Nas redes sociais, é comum a repercussão de vídeos curtos que mostram equipamentos quebrando durante o uso a fim de demonstrar a falta de cuidado de algumas academias e demonstrar a importância da manutenção das máquinas.
Alguns espaços demonstram preocupação em oferecer um ambiente seguro aos alunos. Em nota, a equipe da Smart Fit de Volta Redonda garante que são feitas revisões e manutenções periódicas em todos os aparelhos para garantir seu pleno funcionamento e a segurança dos alunos.
A equipe também explica que a periodicidade dos consertos varia de acordo com cada aparelho, assim como eventuais substituições das máquinas.
Entretanto, o grande número de casos de mau funcionamento de aparelhos aponta para o desleixo de muitas academias. Um personal trainer, que preferiu não se identificar, explica que o desgaste dos aparelhos acontece devido ao alto fluxo de pessoas fazendo seu uso, alinhado a falta de pequenos reparos cotidianos.
"Muitas academias subestimam a necessidade de conserto pelos aparelhos serem feitos pra suportar altas cargas. Nós (personais) que ficamos no salão no dia a dia sabemos da importância da manutenção diária e tentamos passar isso pros donos", pontua.
Ele, que atua como personal há cinco anos, confessa que presencia de dois a três acidentes por semana; a maioria envolvendo rompimento de cordas e que chegaram a resultar em lesões leves.
Luis Fernando, morador de Pinheiral, relata que já presenciou falhas em equipamentos em mais de uma ocasião em sua academia, e que, normalmente, a manutenção só é feita após a quebra das máquinas.
"Já vi a cadeira extensora de lá quebrando mais de uma vez no mesmo dia. As vezes fazem um conserto rápido que não adianta", exemplifica.
Segundo Luis, já houve casos de estrago que poderiam ter causado acidentes aos alunos envolvidos. "Uma vez, a corda da máquina de remada arrebentou, o cara caiu pra trás e quase bateu a cabeça na quina de outro aparelho. Por pouco não poderia ter acontecido algo grave", relembra.
Recomendações técnicas
A maquiadora Letícia Souza, que também tem experiência com manutenção de máquinas de academia, informa que é indicado que as academias façam revisões pelo menos uma vez por mês e, caso o fluxo de alunos seja muito alto, pode ser necessário aumentar a frequência.
Os reparos precisam checar as principais funções de cada equipamento e, segundo Letícia, alguns sinais comuns de desgaste são barulhos atípicos, deterioramento dos cabos de aço e derrapagem, no caso de esteiras.
Um dos técnicos que trabalham com Letícia pontua que muitas empresas evitam gastos com manutenção preventiva para não prejudicar os negócios. "Não querem máquinas paradas para não perder alunos e muitas vezes preferem comprar materiais mais baratos para os aparelhos em vez dos recomendados pelo fabricante", relata.