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Exército diz que ajudou a conter o fogo no Parque Nacional do Itatiaia

Incêndio atingiu Parque Nacional de Itatiaia | Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros/RJ

Mariana Zylberkan (Folhapress)

Um comboio do Exército estava estacionado ao lado do foco de incêndio que já queimou 200 hectares do Parque Nacional do Itatiaia, localizado na divisa de Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. O início do fogo, que atinge a parte alta da unidade de conservação desde a última sexta-feira (14), foi captado por câmeras de segurança. As imagens mostram uma fumaça densa ao lado de uma fila de veículos militares.

A cena tem sido replicada em grupos de mensagens e causado revolta entre frequentadores do parque. Guias e voluntários no combate às chamas ouvidos pela Folha de S.Paulo afirmam que está sendo investigada a possibilidade de o fogo ter começado com um fogareiro de campanha, a álcool.

Segundo relatos, o motorista de um dos caminhões teria acendido o equipamento enquanto aguardava cadetes da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) que terminavam uma semana de treinamento.

Procurada, a concessionária Parquetur, responsável pela administração do parque, afirmou que aguarda o resultado da perícia para investigar a possibilidade de o incêndio ter começado durante o treinamento militar.

O uso de fogueiras e fogareiros é proibido em todo parque, com exceção da área de camping, localizado a cerca de 3 km do local onde o fogo começou.

No primeiro dia do incêndio, a umidade do ar estava baixa e o vento era de cerca de 20 km/h, o que favoreceu o alastramento das chamas. De acordo com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), o alerta foi dado por volta das 14h da sexta-feira, mesmo horário em que as câmeras de segurança flagraram a fumaça ao lado do comboio.

O gestor do parque, Felipe Cruz, afirmou que cadetes da Aman estavam no local para participar de um treinamento intitulado Estágio Básico de Combatente de Montanha, em que turmas do primeiro ano passam uma semana no Itatiaia para aprender técnicas de sobrevivência.

O que diz o Exército

Em nota, o Decex (Departamento de Educação e Cultura do Exército) afirmou que um foco de incêndio "foi identificado próximo à coluna de veículo", na tarde de sexta, quando os 415 cadetes em treinamento no parque embarcavam de volta a Resende, onde fica a Aman.

"De imediato, alguns militares desembarcaram e iniciaram o combate ao incêndio, utilizando os extintores das viaturas e meios disponíveis no momento. Contudo, devido aos fortes ventos na área e a vegetação bastante seca, o fogo se alastrou, não sendo possível sua contenção", diz trecho da nota.

O Decex também informou que foram enviados cem militares para combater o fogo no dia seguinte e que a Aman está à disposição das investigações.