Por Sônia Paes
O outono não traz beleza para Volta Redonda. Pelo, contrário. O tempo seco influencia ainda mais os males causados pela poluição emitida pela Usina Presidente Vargas, da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que promete reformas para minimizar os impactos do 'pó preto", mas que não são efetivadas. Resultado: a população sofre a cada dia mais com a poeira que toma conta da chamada "Cidade do Aço"
O "Movimento Sul Fluminense Contra a Poluição" está organizando outro ato para chamar a atenção do presidente do Grupo CSN, Benjamin Steinbruch, e dass autoridades políticas e empresariais. O ato está marcado para o próximo 21 de julho, na Praça Brasil. A concentração está marcada para começar às 9 horas. O protesto foi batizado como "Grande ato contra a poluição".
No ano passado, o movimento fez um ato, nessa época mesmo, e conseguiu mobilizar a população e políticos de todo o Brasil. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, chegou, inclusive a prometer que viria a Volta Redonda ver a situação de perto.
Assunto volta a Brasília
O vereador Raone Ferreira, que não mede esforços para tentar resolver o problema da poluição no município, voltou a Brasília, na semana passada, e mais uma vez se reuniu com Marina Silva. O encontro foi para discutir a qualidade do ar em Volta Redonda. Marina voltou a falar que visitará o município. No ano passado, a ministra não compareceu e o assunto caiu no esquecimento em Brasília.
O encontro marca a terceira vez que o vereador Raone se reúne com a ministra, destacando a necessidade de uma fiscalização presencial na cidade. O vereador enfatiza a importância de observar diretamente os danos causados pela poluição da CSN à saúde pulmonar da população. "O compromisso é buscar soluções para uma cidade mais verde, sustentável e menos poluída", afirmou Raone.
Neto pede celeridade em reparos na CSN
O prefeito Antonio Francisco Neto se manifestou nesta segunda-feira, dia 24, e afirmou que a situação da poluição gerada pela CSN atingiu nível insuportável nos últimos dias. O prefeito enviou, nesta segunda-feira (24), ofício cobrando da CSN mais celeridade nos reparos das sinterizações. Os setores são os maiores emissores de poluentes atmosféricos, o chamado pó preto, e são justamente os que a CSN diz estar reformando.
-Todos esperávamos que com o início das reformas e o desligamento temporário de uma das sinterizações a situação fosse melhorar. Infelizmente, isso não aconteceu. Dentro de nossas competências, vamos cobrar e acompanhar as reformas com mais atenção - disse o prefeito.
Em maio, Neto fez uma visita ao interior da Usina Presidente Vargas, quando foi anunciado oficialmente o início das obras de modernização na sinterização. "No ofício, cobramos um cronograma prático e transparente de quando estes serviços que já estão acontecendo vão surtir efeito prático. Independente da aceleração das reformas, solicito que sejam adotadas medidas para a imediata redução das emissões, que nos últimos dias atingiram níveis alarmantes. Os níveis de emissão do pó preto estão insuportáveis", concluiu o prefeito.
*Com informações da assessoria de comunicação da prefeitura
