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"Vendedor" aplica golpe de R$ 500 mil em empresário

Vítima trabalha em uma construtora e precisava dos materiais para concluir uma obra | Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Por Lanna Silveira

Um empresário, que preferiu manter anonimato, denunciou ter sofrido um golpe em 2023 após firmar um contrato de entrega de materiais para obras, que, segundo ele, não foi cumprido mesmo após todas as despesas serem pagas.

Um boletim de ocorrência contra o suposto golpista foi feito na Delegacia de Volta Redonda, sob a acusação de estelionato. A vítima teria assinado um contrato de R$ 535 mil, perdendo boa parte do valor.

Segundo informações apresentadas no boletim de ocorrência, além de imagens de Whatsapp e áudios, o suspeito do golpe alegou que trabalhava como sócio de uma empresa da qual nunca fez parte. Ele disse ainda que todos os materiais previstos no contrato do serviço já haviam sido comprados - informação que se provou falsa após a vítima entrar em contato com o prestador de serviços do suspeito, além de representantes das distribuidoras que estariam fornecendo esses materiais.

Crime

Segundo o relato da vítima, o suposto golpista ofereceu seus serviços de produção e entrega de esquadrias, vidros e outros produtos ao saber que ela trabalhava no ramo de construções e obras. Ao descrever seu trabalho, disse que era sócio da empresa de projetos especiais Speedy Graph há cerca de sete anos.

A informação era falsa e o dono da empresa afirmou à vítima, por meio de um documento oficial, que o golpista nunca fez parte da sociedade da empresa. Ele também declarou que não ofereceu nenhum serviço de vidros ou de qualquer outra natureza para obras da construtora do empresário, vítima do golpe.

Segundo imagens fornecidas pela vítima, o acusado chegou a incluir um endereço em Volta Redonda nos resultados da busca pela Speedy Graph no Google, apagando a informação logo após a vítima o confrontar. A verdadeira sede da empresa está localizada em Teresópolis e não possui filiais em Volta Redonda, conforme afirmação do dono.

O orçamento do serviço foi enviado à vítima em junho do ano passado e, no mesmo mês, o suspeito levou o empresário visitar a empresa em que alegava trabalhar. Após conhecer o espaço, a vítima afirmou ter se sentido confiante o suficiente para fechar o contrato de serviço, que tinha o valor de R$ 535 mil e foi completamente quitado.

O trabalho envolvia a produção e instalação de esquadrias de alumínio, vidros e guarda corpos, sendo iniciado em novembro de 2023, com prazo de conclusão de três meses.

A vítima explica que, após o pagamento ser concluído, o acusado parou de prestar os serviços gradativamente, até parar de entregar os produtos de forma definitiva. Após entender que havia sofrido um golpe, a vítima decidiu comprar os materiais por outros meios e tocar o serviço.

O empresário acionou advogados para encerrar o contrato e tentar fazer com que o golpista devolvesse o valor equivalente aos serviços que não foram entregues. A partir disso, foi firmado um valor de confissão de dívida na ordem de RS 60 mil, que seria pago em duas prestações. O prazo da primeira parcela já venceu e, de acordo com a vítima, não foi pago.

A vítima ressalta ainda que o valor de confissão de divida não é equivalente a todas as perdas que sofreu.