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Empregados de complexo nuclear farão assembleia

Eletronuclear já teve paralisação de funcionários durante três dias no mês passado | Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Os empregados da Eletronuclear estão em campanha salarial e têm assembleia nesta quarta-feira, às 13h30min, para discutirem a contraproposta da empresa, classificada como totalmente descabida pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica nos Municípios de Paraty e Angra dos Reis (Stiepar), Dalberto de Andrade.

"Ela (Eletronuclear) priorizou a retirada de conquistas históricas dos trabalhadores, que constam nos ACTS (Acordo Coletivo de Trabalho) desde a criação da empresa", disse Dalberto, à coluna, na tarde desta terça-feira, dia 08.

Uma das propostas da Eletronuclear, por exemplo, é o pagamento de aluguel, condomínio e manutenção das vilas de casas, construídas pela empresa para os trabalhadores. "A empresa está agindo como uma administradora de imóveis", disse Dalberto, acrescentando que os funcionários têm contrato de comodato com a empresa, "aspecto que ela quer modificar".

A assembleia será na Rodoviária de Itaorna, que fica na entrada das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2. Se o tempo estiver chuvoso, a assembleia será feita no Restaurante da Eletronuclear. Não está descartado a deflagração de um novo movimento. Dessa vez, por tempo indeterminado. Tudo dependerá da decisão dos empregados.

Resposta da Eletronuclear

A Eletronuclear divulgou nota e afirmou que "não é verídica a informação de cobrança de aluguel em qualquer de suas vilas residenciais (Mambucaba e Praia Brava) em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense". -São mais de 1400 habitações - incluindo casas com dois e três quartos - mantidas pela empresa e que são usadas pelos empregados e familiares. A Eletronuclear apenas estuda a cobrança dos custos com segurança e limpeza destes locais de forma semelhante a uma taxa condominial - afirma a nota da empresa.

A empresa diz ainda que, na segunda-feira (08), ocorreu a terceira rodada de negociações entre a Eletronuclear e os sindicatos que representam os trabalhadores das bases do Rio de Janeiro e Angra dos Reis. Os trabalhos devem prosseguir com encontros semanais, todas as segundas-feiras, até o final do mês de julho.

Paralisação

No início de junho, os trabalhadores fizeram uma paralisação de três dias no complexo nuclear de Angra dos Reis, na Costa Verde. Também houve paralisação de um dia na sede da empresa, que fica no Rio de Janeiro. Na ocasião, Eletronuclear divulgou nota informando que a paralisação da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA) não afetou a operação e nem a segurança das usinas da central nuclear de Angra, "visto que as atividades essenciais foram mantidas". O sindicato também confirmou a manuntenção das atividades essenciais.

A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA) é o complexo formado pelo conjunto das usinas nucleares Angra 1, Angra 2 e Angra 3 (em construção), de propriedade da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras.