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Micos são eletrocutados na Ilha da Gipóia e moradores cobram a Enel

Documento técnico catalogou diversos animais feridos | Foto: Reprodução

A Associação de Moradores da Ilha da Gipóia, liderada pelo presidente José Vital Pereira da Silva, intensificou as cobranças para que a concessionária responsável pela eletricidade do local, Enel Rio, realize a substituição das linhas de energia aérea por fiações subterrâneas. A medida é vista como essencial para evitar a morte de saguis por eletrocussão e garantir a estabilidade do fornecimento de energia na região.

Aliás, um pedido da associação foi feito à coordenação do Projeto Mico Estrela Ilha da Gipóia, que monitora a população de saguis na ilha desde novembro de 2021. O projeto, conduzido pela Phoenix Projetos Ambientais, já esterilizou 114 saguis como parte de um esforço para controlar a população desses primatas invasores, que de acordo com um documento técnico, foram introduzidos erroneamente na ilha.

A equipe do projeto relatou, no entanto, casos documentados nos dias 5 de janeiro, 4 de maio e 15 de agosto de 2022, resultando em interrupções no fornecimento de energia na ilha e mortes dos animais. Para isso, fizeram uma recomendação técnica que inclui o remanejamento das linhas de energia para instalações subterrâneas e a continuidade das esterilizações, até que a solução seja implementada.

Em nota enviada ao Correio Sul Fluminense, a Enel afirmou que "possui uma série de ações e projetos como, mapeamento de áreas ambientais sensíveis, investimentos em redes protegidas e isoladas, bem como um plano anual de podas de árvores que ajuda a manter os animais distantes da rede. Em 2024, estão previstas quase 52 mil podas de árvores na região Sul Fluminense. Deste total, mais de 3,5 mil deverão ser executadas na Ilha da Gipóia". E ainda, afirmou possuir o mapeamento de todas as unidades de conservação para avaliar pontos mais sensíveis, que abrangem áreas vegetadas com maior incidência de animais silvestres e pautar em novos projetos a manutenção das redes existentes com condutores protegidos, protetores e mantas que minimizam o contato com pontos energizados.

Demanda antiga

Não é nada recente a demanda pela renovação das fiações. Em agosto de 2023, o Correio Sul Fluminense noticiou um episódio de escuridão na Ilha da Gipóia ocasionada pela estrutura sucateada de energia elétrica, que fica entre áreas de mata. A precariedade das fiações e recorrentes picos de luz, fizeram com que moradores e estabelecimentos perdessem seus eletrodomésticos.