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O presidente da Eletronuclear fala sobre papel da energia em simpósio

Durante simpósio, Raul Lycurgo afirmou ser necessário "abrir as portas" do setor | Foto: Divulgação

A importância da aceitação pública para a energia nuclear foi o tema da mesa de debate que contou com a presença do presidente Raul Lycurgo, da Eletronuclear, nesta terça-feira (16), durante o segundo dia do Simpósio 2024 da Seção Latino Americana da American Nuclear Society (LAS/ANS). O evento, que termina nesta quinta-feira, dia 18, ocorre na sede da CNEN (Comissao Nacional de Energia Nuclear), no Rio, com o tema "Cooperação Regional para a Transição Energética: O Papel da Energia Nuclear dentro das Restrições Ambientais e Tecnológicas".

Durante o discurso, Lycurgo abordou o impacto gerado pelo desconhecimento da população sobre as aplicações do setor nuclear e o trabalho de transparência desenvolvido pela companhia, incluindo as visitas recentes de profissionais da imprensa à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA).

"Infelizmente existe uma variedade de desconhecimento e preconceito. Precisamos utilizar uma comunicação clara e levar todas as externalidades positivas que a indústria tem a oferecer. As visitas dos jornalistas são importantes porque eles têm a oportunidade de conferir que é seguro e é verdade tudo o que se fala sobre a energia nuclear. A melhor defesa que a gente faz do nosso setor é abrir as portas", declarou Lycurgo.

Segurança na empresa

Ao abordar a questão da segurança, o presidente da Eletronuclear utilizou como exemplo os próprios funcionários da companhia, responsáveis por todo o processo operacional dentro das usinas.

"Se fosse inseguro, o nosso pessoal moraria a 1km de distância do reator? Eles mais do que ninguém conhecem tudo o que é feito dentro da central nuclear e, mesmo assim, moram nas vilas residenciais com seus familiares há quase 40 anos", ponderou.

A mesa de debate foi mediada por Leonam Guimarães, ex-presidente da Eletronuclear, e também teve a presença de Aquilino Serra, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), além de Enrique Cinat, da Comisión Nacional de Energía Atómica da Argentina (CNEA).

A programação do evento

O simpósio anual da LAS/ANS é realizado com patrocínio da Eletronuclear e acontece entre os dias 15 e 18 de julho, na sede da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), no Rio de Janeiro.

O tema principal desta edição debate a cooperação regional para a transição energética, tendo como base o papel da energia nuclear nas restrições ambientais e tecnológicas.

Presenças e palestras

A abertura reuniu o Presidente da LAS/ANS, Osvaldo Calzetta Larrieu; a Presidente da American Nuclear Society (ANS), Lisa Marshall; o Presidente da Comissão Nacional de Energia Atômica da Argentina (CNEA), Germán Guido Lavalle; a Diretora-Geral da Agência Boliviana de Energia Nuclear (ABEN), Hortensia Jiménez Rivera; o Diretor-Executivo da Comissão Chilena de Energia Nuclear (CCHEN), Luis Huerta Torchio; o Diretor-Geral da Comissão Nacional de Segurança Nuclear e Salvaguardas do México (CNSNS), Alejandro Núñez Carrera; e o Presidente do Comitê Organizador do Simpósio da LAS/ANS, Orpet J. Marques Peixoto.

A programação do primeiro dia do evento teve uma sessão plenária com a Presidente da ANS, moderada pelo Professor Jorge Spitalnik (LAS/ANS), e duas mesas-redondas: a primeira sobre "Tecnologia Nuclear para a Transição Energética" e a segunda sobre o "Panorama de Pequenos Reatores Modulares".

As mesas-redondas reúnem especialistas como o Vice-Almirante Ney Zanella dos Santos (LAS/ANS), Thiago Ivanoski Teixeira (Empresa de Pesquisa Energética - EPE), José Luis Antúnez (Argentina), Almirante de Esquadra e ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, Deputado Federal Reimont Luiz Otoni Santa Barbara, Orpet J. Marques Peixoto (LAS/ANS), Carlos Leipner (LGE Strategic Advisors / EUA), Dohee Hahn (Agência Internacional de Energia Atômica - AIEA), Ben Holtzman (Nuclear Energy Institute - NEI / EUA), Alexey Lygin (Rosatom), Osvaldo Calzetta Larrieu (LAS/ANS) e Jessica Johnson (NuclearEurope).