*Por Redação
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) liberou R$ 10,75 bilhões para a Concessionária do Sistema Rio-São Paulo SA, CCR. O volume representa quase 70% dos cerca de R$ 15,5 bilhões que serão investidos pela concessionária nas rodovias. Isso inclui novas pistas da Serra das Araras e duplicações na BR-101 no Rio de Janeiro.
A liberação do valor foi acompanhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sexta, dia 19, em São José dos Campos, em São Paulo. Na presença de ministros, inclusive o da Fazenda, Fernando Haddad, Lula destacou a importância do investimento. O projeto consiste em operação, recuperação, ampliação de capacidade e melhorias da malha rodoviária concedida de 625,8 km.
Maior operação de debêntures do mercado
Na sexta-feira, dia 19, a A CCR RioSP realizou a maior emissão de debêntures incentivadas da história do mercado brasileiro, no valor de R$ 9,41 bilhões. O BNDES subscreveu 100% desta operação financeira do tipo project finance, em que as principais garantias são relativas ao próprio projeto.
Uma das principais vantagens desta emissão é a liberação dos recursos ao longo do tempo, em linha com a necessidade de desembolso de caixa pela CCR RioSP para a execução das obras, considerando que o ciclo de investimento nas duas rodovias se estende até 2031.
Essa característica reduz o impacto sobre o nível de alavancagem do Grupo CCR, tendo em vista que os R$ 10,75 bilhões não serão incorporados de imediato ao balanço da Companhia.
-O Grupo CCR vem executando um investimento ambicioso de R$ 26 bilhões em melhorias, modernizações e ampliações em suas rodovias em todo o Brasil. A parceria da CCR RioSP com o BNDES contribui para viabilizar um projeto que melhora as condições de tráfego no principal corredor logístico do País e reforça o nosso propósito de melhorar a vida das pessoas através da mobilidade. Muito nos orgulha que esta seja a maior debênture de infra no Brasil até hoje - afirma o CEO do Grupo CCR, Miguel Setas.
A diretora de Infraestrutura do BNDES, Luciana Costa, confirmou que o financiamento da Dutra é de R$ 10,75 bilhões, que inclui a maior emissão de debêntures incentivadas do país (R$ 9,4bi), numa estrutura inovadora de "project finance non-recourse", na qual ativos do projeto compõem o pacote de garantias, sem exigência de aval/fiança dos acionistas controladores para pagamento da dívida.
Debêntures verdes
Uma das inovações da operação é a inclusão de uma série de "debêntures de transição verde", no valor de R$ 500 milhões, condicionada ao cumprimento de pré-requisitos de sustentabilidade. Caso comprove a adoção de práticas sustentáveis na execução das obras, essa tranche da emissão terá uma redução de 0,08 ponto percentual no seu custo, diminuindo para IPCA 6,82% ao ano.
Segundo a CCR, os investimentos incorporam diversos aspectos de sustentabilidade para minimizar o impacto do projeto ao meio ambiente e a sua pegada de carbono.
Serra das Araras
Nas obras de duplicação da Serra das Araras, por exemplo, uma das principais iniciativas é o reaproveitamento de cerca de 13 mil toneladas de material asfáltico reciclado (RAP) para a pavimentação da rodovia, reduzindo a quantidade de insumos de origem fóssil na composição do asfalto.
Outra característica dessas intervenções, ainda segundo a CCR, é a diminuição da supressão de vegetação no local e a proteção de talvegues e cursos d'água com a construção de viadutos.
Ao todo, o projeto contempla a construção de 24 viadutos, solução de engenharia que, além de reduzir a remoção de árvores, possibilita a manutenção da conectividade de habitats naturais, facilitando o fluxo de animais para alimentação, reprodução e migração pela mata.
O contrato de concessão das rodovias também prevê a iluminação de 100% da Rodovia Presidente Dutra, e das áreas urbanas da BR 101, com pontos de iluminação inteligente, mais eficiente e sustentável.
O Grupo CCR conquistou a concessão da Via Dutra e da BR-101RJ/SP entre os municípios do Rio de Janeiro (RJ) e Ubatuba (SP) em leilão realizado pelo governo federal em outubro de 2021. O início do novo contrato foi em março de 2022, com duração de 30 anos.
*Com informações da Agência Brasil e do site da CCRRio-SP