Real: Hábito de consumidores revela abandono de cédulas e moedas
Por Ana Luiza Rossi
Ao comprar algum item nas lojas, já não é novidade alguma chegar no caixa e ser recebido com um "será no crédito ou débito", ou até mesmo, de optar por pagar no PIX porque não tem uma nota trocada - isso, se tiver uma nota. As cédulas de dinheiro estão cada vez menos em circulação e isso vem de um reflexo pandêmico, após o período da Covid-19. No entanto, mesmo com a diminuição da proporção, o Banco Central (BC) afirma que a circulação de papel-moeda resistirá, por pelo menos, mais 30 anos.
Em uma enquete publicada no perfil do Correio Sul Fluminense, pelo menos 15 seguidores revelaram que preferem realizar pagamentos no cartão e também no PIX; outros 4 seguidores, utilizam cartões, PIX e dinheiro; somente cartão, outros 5 seguidores; e por fim, apenas 1 seguidor respondeu utilizar somente dinheiro. Ao todo, até às 15h30 desta quinta-feira, dia 04, responderam 24 pessoas.
Entre os motivos para os que utilizam cartão ou PIX, está a praticidade no ato da compra, como explicou o jornalista Vitor de Oliveira. "Nesse ponto, inclui-se a segurança de não ter o dinheiro em espécie na carteira por causa de roubos. [...] Além disso, a pessoa ganha tempo no seu dia a dia e não precisa enfrentar filas". No entanto, Vitor afirma que não dispensa utilizar as notas. "Ainda uso em situações específicas. Um exemplo, utilizei recentemente para um pagamento de pedágio, pois algumas praças ainda não aceitam o pagamento via cartão", explicou.
Já em contraponto, o estudante Vinícius Gabriel Fonseca afirmou que apesar de utilizar meios como cartão e PIX, é um grande defensor do uso do dinheiro. "Consigo me planejar melhor quando tenho o dinheiro contado para as ocasiões. Separo, conto e se precisar utilizar outro meio, irei saber o valor dos extras que gastei com mais equilíbrio", disse.
Vantagens
No entanto, com as taxas das máquinas de cartão, para os comerciantes e lojistas a compra no dinheiro ainda se torna interessante. A empresária Maria Clara Corrêa, dona de uma loja de semijoias, afirma que os valores em cima de uma compra no cartão gira entorno de 5%, que reduz seu lucro final. Para isso, ela oferece um desconto e, mesmo reduzindo o valor, incentiva o cliente a pagar futuramente no dinheiro ou PIX. "No meu caso, a maioria sempre parcela no cartão. Então para poder evitar esses custos das taxas de maquininha, opto por dar esse desconto ao meu cliente", afirma.
Ainda, segundo BC, o sistema de transferências instantâneas, que funciona 24 horas por dia, tem favorecido a inclusão financeira da população. Conforme dados da Gerência de Gestão e Operação do Pix, ao considerar transações até dezembro de 2022, mais de 71,5 milhões de pessoas que não faziam transferências eletrônicas antes do Pix passaram a fazer esse tipo de operação.
E ainda, a nota resiste pelo fator etário. Segundo a edição mais recente do Relatório de Gestão do Pix, 93% das pessoas de 20 a 29 anos possuem uma chave. A proporção permanece em níveis semelhantes nas demais faixas etárias: 91% de 30 a 39 anos e 92% de 40 a 49 anos. Nas faixas seguintes, o percentual cai: 79% de 50 a 59 anos e apenas 55% na faixa acima de 60 anos.
*Com informações da Agência Brasil