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Arimathéa propõe gestão democrática e participativa

Arimathea já foi prefeito de Pinheiral e foi candidato a vereador de Volta Redonda em 2020 | Foto: Ana Luiza Rossi/CSF

Por Lanna Silveira

Com experiência na política como ex-prefeito de Pinheiral, o professor José de Arimathéa, do PSB, se lança na corrida à Prefeitura de Volta Redonda nas eleições deste ano. O candidato pretende apresentar uma gestão mais democrática, que ajude a construir uma sociedade mais participativa nas decisões públicas.

A candidata a vice-prefeita da chapa de Arimathéa é a também professora e empresária Maria Adélia Mezzabarba, que já foi secretária de Esporte e Lazer, ajudando na criação de projetos como a Olímpede e programas como o "Viva a Melhor Idade".

As declarações de Arimathéa foram dadas ao Correio Sul Fluminense, na tarde de terça-feira, dia 20, e fazem parte de uma série de entrevistas do jornal com os candidatos às prefeituras de toda a região.

'Ar puro' na política

Arimathéa entende que sua figura está atrelada à política de outra cidade, o que pode ser prejudicial na concorrência contra políticos que possuem uma base eleitoral sólida em Volta Redonda. O candidato afirma que sua estratégia para se destacar é fazer as campanhas nas ruas, junto a população, divulgando extensamente as propostas e projetos da chapa.

- A gente precisa mostrar que Volta Redonda não tem dono. Precisamos renascer a sensação de pertencimento da população na cidade, que precisa ser pensada por todo mundo, e não por um pequeno grupo de pessoas - declara.

Arimathéa acredita que seu diferencial é ser um candidato novo, que poderá promover renovações no cenário político, mas que traz experiência pela sua trajetória prévia como prefeito. "Apesar de (Pinheiral) ser uma cidade menor, eu tenho noção do que é fazer uma prefeitura funcionar".

O candidato pretende promover uma gestão colaborativa, se eleito, levando em consideração as necessidades e opiniões dos moradores sobre como Volta Redonda precisa evoluir a longo prazo. Outra proposta é a elaboração de projetos que tenham base para ter permanência em governos futuros.

Na prática, Arimathéa pretende abrir esse espaço por meio da ampliação de Conselhos Municipais, além da implementação de um orçamento participativo e no diálogo com as representações sociais, como associações de moradores, coletivos, sindicatos e ONGs.

Preocupação ambiental

Arimathéa, que também é conselheiro municipal de Meio Ambiente, acredita que uma das prioridades de Volta Redonda é se comprometer com a sustentabilidade. Como exemplo, o candidato cita os efeitos das mudanças climáticas, constatando que a cidade não tem planejamento para lidar com casos de emergência que envolvam deslizamentos de terra e inundações intensas.

Para ele, também precisa haver um esforço para educar a população sobre esses riscos. "As pessoas precisam entender, por exemplo, porque não se pode construir casas nas beiras dos rios e córregos da cidade. O rio é o espaço por onde passa a água da enchente; se ocupamos esse espaço, estamos entrando dentro do rio. E a culpa (da inundação) não é do rio, mas sim do gestor público que deixou isso acontecer", constatou.

Educação

Uma das principais propostas de Arimathéa é estudar a possibilidade de implementar escolas em tempo integral, possibilitando que alunos e profissionais possam passar o dia inteiro no ambiente escolar e ampliem seu aprendizado.

Para elaborar as ações, o candidato acha necessário estudar outros município do país que apresentem altos índices de educação para entender quais são as estratégias usadas pela gestão pública e implementá-las, dentro do possível, em Volta Redonda.

Economia

Para Arimathéa, a geração e manutenção de empregos na cidade tem grande participação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O candidato acredita que, no cenário econômico atual, o sucesso da CSN pode se prejudicar caso ela não se comprometa com a causa ambiental, perdendo investidores que busquem empresas com perfil sustentável.

-A gente quer a CSN aberta, produzindo, lucrativa e sustentável. É obrigação da empresa com o porte dessa siderúrgica, com o impacto que causa na cidade, dar compensações ambientais à cidade. Não é favor, é responsabilidade social - explica.

O professor também acredita que a cidade precisa encontrar novos campos de geração de empregos, além da produção de aço. Destacando a falta de terrenos disponíveis para a instalação de outras indústrias na cidade, Arimathéa acredita que a estratégia deve ser pensar em outros pontos fortes, como os núcleos de pesquisa universitários e os artistas locais que movimentam a economia criativa.

Trajetória

Arimathéa nasceu em Volta Redonda e é professor há 32 anos, fazendo parte da equipe do IFRJ (Instituto Federal do Rio de Janeiro), no campus de Pinheiral. No colégio, o candidato também assumiu funções burocráticas, se apaixonando pela gestão pública.

Após ser eleito como diretor geral da instituição, Arimathéa começou a se envolver mais ativamente no cenário político, o que o levou a ser convidado duas vezes para compor chapas eleitorais; a primeira, como vice-prefeito e a segunda como chefe do executivo. O professor se elegeu como prefeito de Pinheiral em 2012, em sua primeira tentativa.

Antes tentar a Prefeitura, Arimathéa decidiu ingressar na política de Volta Redonda se candidatando a vereador em 2020, também pelo PSB. "Já fiz pela cidade que me acolheu profissionalmente. Por que não fazer pela cidade em que nasci e que vivo?", explicou.

O candidato também atua em outras iniciativas, sendo um dos diretores do Comitê de Bacias do Médio Paraíba do Sul, conselheiro municipal do Meio Ambiente em Volta Redonda, membro do Conselho Estadual de Recursos Hídricos e membro do Comitê de Monitoramento das Áreas de Concessão da Cedae no Estado do Rio.