INB volta a mapear jazidas de urânio em todo o país

Empresa lança Programa de Parcerias em Prospecção e Lavra de Urânio

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Fábrica de Combustível Nuclear da INB faz pesquisas em áreas com potencial mineral

A Indústrias Nucleares do Brasil (INB), com sede em Resende, sul do interior do Estado do Rio, está retomando a prospecção de novas jazidas de urânio após 40 anos sem estudos deste tipo no país. Para isso, a INB lançou o Programa de Parcerias em Prospecção e Lavra de Urânio, buscando trabalhar em associação com empresas do setor da mineração.

Serão realizadas novas pesquisas em áreas conhecidas pelo seu grande potencial mineral para essa valiosa substância, que é a matéria-prima mais acessível para geração de energia nuclear.

"Essa nova rodada de pesquisas vem em um momento importante para o país, já que a produção nacional ainda é menor que o consumo doméstico das usinas nucleares de Angra I e II, e levando em conta a ampliação da demanda com a conclusão de Angra III", explica Adauto Seixas, presidente da INB (Indústria Nucleares do Brasil).

Preço alto e
oitava reserva

Da mesma forma, o preço do urânio mais que triplicou nos últimos anos, trazendo uma avenida de oportunidades para o crescimento do setor na forma de exportação do urânio concentrado, e também com a possibilidade de oferta de combustível nuclear para o mercado internacional, agregando valor na cadeia de produção local.

Com o estudo de 40 anos atrás, o Brasil tinha oitava maior reserva do mundo. Mas, levando em consideração que a segunda maior reserva fica no Cazaquistão, que territorialmente é do tamanho do estado do Rio, é possível que o país chegue a assumir a segunda posição.

Descoberta em 1789

É nas rochas da crosta terrestre que se encontra o urânio, mineral que foi descoberto em 1789 pelo cientista alemão Martin Klaproth. Bem mais tarde, a ciência constatou que o átomo de urânio pode gerar calor quando a ligação entre os seus prótons e nêutrons é rompida - é a fissão nuclear, que acontece dentro dos reatores das usinas. É com esse calor que se produz energia elétrica.Para que o urânio se transforme em combustível nas usinas, ele passa por vários processos industriais, que formam o "ciclo do combustível nuclear". Tudo começa com a mineração, ou lavra, que é a retirada do minério da terra.

A Constituição Brasileira determina que a energia do urânio só pode ser usada no país para fins pacíficos.