Por: POR SONIA PAES

CORREIO DO VALE: Prorrogação do TAC da CSN é alvo de ambientalistas

CSN consegue prorrogar o TAC por mais dois anos | Foto: Sônia Paes/CSF

A prorrogação do TAC (Termo de Ajustamento e Conduta) entre a CSN e a o Inea caiu como uma bomba em Volta Redonda, onde a Usina Presidente (UPV) é a maior poluidora do município e mantém uma relação nada amistosa com a população. Ambientalistas estão se articulando para recorrerem ao MPF (Ministério Público Federal). Um novo protesto contra a empresa já tem data e hora definidos: nesta sexta-feira, dia 13, às 17 horas, na Praça da Prefeitura. Uma audiência na Câmara Municipal, marcada para o dia 19, às 19 horas, também discutirá a renovação do TAC.

 

ALMG também tem audiência

Mas não é somente em Volta Redonda que a CSN desperta a ira dos defendores do meio ambiente e gera apreensão entre a população. Na histórica Congonhas-MG a situação não é diferente. Uma audiência pública foi realizada nesta quinta-feira, dia 12, na Assembleia Legislativa de Minas, em Belo Horizonte, para discutir os impactos da expansão da CSN Mineração.

Investimento bilionário

A deputada Beatriz Cerqueira (PT) foi quem solicitou a audiência. No Estado de Minas Gerais, a CSN anunciou investimentos da ordem de nada menos do que R$ 15 bilhões entre esse ano e 2027. Uma parte do valor - R$ 8 bilhões - será aplicado na nova unidade de Casa de Pedra, em Congonhas. A empresa estaria usando como estratégia a fragmentação dos processos de licenciamento.

Mina é a maior da América Latina em zona urbana

Casa de Pedra, em Congonhas, preocupa moradores | Foto: Divulgação/CSN

Assim como ocorre em Volta Redonda, a população do município do artista Aleijadinho, sofre há décadas com a poluição da mineradora da CSN. Sem falar na perda de nascentes e poluição de cursos de água da cidade. Com a privatização, em abril de 1993, a CSN passou a ser a dona também da mina de Casa Pedra, e hoje é a segunda maior exportadora de minério de ferro do Brasil. Detalhe: a mina é a maior da América Latina em zona urbana. Só para se ter uma idéia o maciço tem 84 metros de altura e represa 65 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro. Estima-se que cerca de 20 mil pessoas poderiam ser atingidas imediatamente em caso de rompimento.

 

'Sem risco de romper', diz CSN

A possibilidade de rompimento da barreira da Casa de Pedra em Congonhas é tratada pela CSN Mineração como improvável. "Na verdade, não há qualquer risco associado à implantação do projeto e possíveis inundações no município de Congonhas, sendo que o projeto em absolutamente nada influencia esse risco", disse a CSN, por meio de nota, em junho desse ano, quando conseguiu licença de instalação e operação para ampliar as pilhas de rejeitos de "Fraile". A licença foi aprovada pela Câmara de Atividades Minerais.

Impactos em todos os sentidos

No início da semana, a CSN Mineração veio com o anúncio bilionário de investimentos para Congonhas: R$ 8 bilh]oes. O início das obras está previsto para começar daqui a 45 dias e promete gerar em torno de quatro mil vagas temporárias de emprego. Depois de inaugurada, a nova planta de Congonhas tem a previsão de empregar em torno de 1,5 mil pessoas. Já a operação da nova unidade deve ser iniciada somente em 2027, data final do projeto que promete impactos significativos para Congonhas e o Estado de Minas. Em todos os sentidos.