Debate eleitoral em Barra Mansa tem troca de farpas

Candidatos a prefeito ameaçam concorrentes com processos

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Furlani observa Marcelo Cabeleireiro durante detabe apimentado na Aciap-BM

Ana Luiza Rossi

O debate para as eleições municipais, organizado pela Associação Comercial, Industrial, Agropastoril e Prestadora de Serviços de Barra Mansa (Aciap-BM) se transformou em um verdadeiro embate na manhã desta quinta (26). Com apoiadores na porta da entidade, segurando bandeiras e gritando, o evento, que teve como objetivo apresentar as propostas dos candidatos à prefeitura, acabou se tornando palco para troca de farpas. As discussões esquentaram, com acusações e até ameaças de processos judiciais.

Os primeiros embates aconteceram logo no segundo bloco, em que os candidatos responderam perguntas de outras entidades. O candidato Luiz Furlani (PL), que havia sido sorteado, apresentou seu plano para o setor da saúde e também destacou realizações do atual governo, do prefeito Rodrigo Drable, que o apoia como possível sucessor ao Executivo. Thiago Valério (PDT), que tinha direito a comentar sobre a fala de Furlani, não gostou nada de iniciar o debate falando sobre administrações passadas e ainda criticou a gestão de Drable. Ainda concluiu sua fala afirmando que pretende trazer para a cidade um hospital municipal que atenda casos de média complexidade. Na réplica, Furlani rebateu afirmando que concordava com a necessidade de descentralizar exames e construir um hospital municipal, na qual pontuou a sintonia de ideias, apesar das provocações.

Acusação sobre investimentos

A provocação de Valério continuou quando afirmou uma suposta falta de investimentos para Barra Mansa, por parte do candidato Marcelo Cabeleireiro (União Brasil), enquanto estava como deputado estadual. "Economizamos dinheiro na Alerj e mandamos R$ 25 milhões para a construção de um hospital no município. Este recurso já está no caixa do Estado. Deputado não tem emenda impositiva. A gente impulsionou não só recursos para Barra Mansa, quanto para todo município", justificou o candidato.

O debate continuou acalorado e em ritmo de tensão. Em seguida, o candidato Professor Petterson (PSOL) se direcionou a Cabeleireiro, afirmando que o ex-deputado fazia parte do grupo polítipo de Drable, inclusive, citando um racha do governo. "Isso aqui que a gente está vendo, é jogo casado. Estamos vendo nesta eleição o braço direito e o braço esquerdo de Rodrigo Drable", disse Peterson, também se referindo a Furlani. Em resposta, Cabeleireiro de fato confirmou o apoio de Drable em 2018, para deputado estadual, e também afirmou que o atual prefeito o chamou para fazer parte de seu governo, mas negou o convite.

Perguntas diretas

Os ânimos escalaram de vez quando os candidatos puderam fazer suas próprias perguntas. Cabeleireiro, que questionou a Valério se achava justo colocar na administração um candidato que responde processos, foi surpreendido com críticas a seu respeito. "É claro que não concordo com quem é investigado. Por isso sou diferente do senhor, que foi investigado na Alerj por gastar muito combustível e diferente daquele que está aqui, que foi investigado na época dos guinchos, que vinha a torto e a reveria, guinchando os carros em Barra Mansa", disparou. Em resposta, o candidato do União Brasil acusou Valério de não estar presente nas sessões legislativas, na época que era, pois, segundo ele, estava dando aula. Sobre o gasto com combustível, o ex-deputado classificou como inverdade: "O senhor vai ganhar a partir de hoje. Você fala mentira, não tenho nenhum processo e nem sou investigado".

Ainda o candidato Furlani, que se absteve das alfinetadas durante o debate, resolveu, no último momento, afirmar que Cabeleireiro teria o apoio e ajuda em período de campanha dos ex-prefeitos de Barra Mansa Jonas Marins e Inês Pandeló. Marcello disparou: "Mais um para ganhar um processo".