A prefeitura de Volta Redonda, através da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, criou em julho de 2022 o serviço da Central de Intérpretes em Libras (Língua Brasileira de Sinais). O serviço, essencial para facilitar a comunicação entre surdos e o restante da população, foi ampliado desde a última semana para funcionar de forma também virtual, por meio de um QR Code, facilitando o contato entre esse grupo de PCDs e os serviços oferecidos pelo município.
Para entender como funciona o serviço, é preciso explicar, primeiro, o funcionamento da Central de Intérpretes. Desde sua implementação, o serviço conta com intérpretes de Libras, que podem acompanhar (via agendamento) os surdos para ajudá-los, por exemplo, em uma consulta médica ou estabelecimento comercial. Outra opção é o atendimento presencial, que agora é complementado pelo serviço de forma virtual.
Implementado inicialmente na recepção do Palácio 17 de Julho, no Aterrado, ele funciona da seguinte maneira: a pessoa surda se identifica para uma das recepcionistas como PCD, e ela vai direcionar o celular para o QR Code afixado no local para acessar imediatamente, pelo WhatsApp, um dos intérpretes de Libras à disposição na sede da SMPD. O intérprete conversará, então, com o surdo por meio de Libras, e aí vai explicar para a recepcionista a demanda do PCD, assim como repassar via Língua Brasileira de Sinais a resposta da recepcionista. Todo o serviço da Central de Intérpretes é gratuito.
O secretário municipal da Pessoa com Deficiência, Washington Uchôa, diz que o uso do QR Code para acessar a Central de Intérpretes será disponibilizado por todos os equipamentos do governo municipal, como unidades do Cras (Centro de Referência em Assistência Social), hospitais e demais unidades de saúde geridas pela prefeitura, entre outros.
“A comunicação sempre foi uma grande barreira para os PCDs, e a Central de Intérpretes via QR Code vai garantir que nossos cidadãos surdos sejam plenamente atendidos e compreendidos em suas necessidades diárias. Esse mecanismo assegura que a assistência em Libras seja prontamente acessível, eliminando barreiras de comunicação e promovendo a acessibilidade”, disse Washington Uchôa. “Esse projeto não seria possível sem o apoio incansável do prefeito Antonio Francisco Neto, cuja dedicação às iniciativas de inclusão social reflete seu compromisso com o bem-estar de todos os cidadãos de Volta Redonda.”
O secretário aproveita para encorajar todas as pessoas e instituições a utilizarem a Central de Intérpretes em Libras. “Usar esse serviço não apenas cumpre uma obrigação legal, mas também demonstra um compromisso com a equidade e o respeito pela diversidade em nossa comunidade.”
Mais independência
Uma das beneficiadas pelo rápido acesso à Central de Intérpretes é Sandra Duarte, de 41 anos, que na última semana esteve na sede da Prefeitura e pôde entender como funcionará o serviço. Ela conta que já tinha o costume de solicitar um intérprete de Libras pela SMPD para auxiliá-la na comunicação em questões do cotidiano, uma vez que a maioria das pessoas não sabem a comunicação por Libras.
"Ter o acesso pelo QR Code em todos os locais vai ser importante para que eu consiga me comunicar, só em testar o serviço me senti muito confortável. Não vou depender mais de ter um intérprete ao meu lado, aumenta a nossa independência”, afirma, acrescentando as dificuldades enfrentadas quando está sozinha. “Em primeiro lugar, tento deixar claro que sou surda, e aí tento algumas estratégias, como escrever, usar mímica, fazer leitura labial, mas é muito difícil. Com o QR Code para acessar a Central vou me sentir mais confortável.”
O prefeito Antonio Francisco Neto lembra que o governo municipal tem realizado uma série de ações em benefício da população com deficiência, como a aquisição de abafadores de ruído para pessoas autistas.
“Essa iniciativa é ótima. Já oferecemos o intérprete de Libras para acompanhar a pessoa surda, mas sabemos em que há situações que ela pode precisar do serviço e não tem como esperar pelo profissional. Vamos instalar o QR Code por todos os serviços da prefeitura, pois é por meio da acessibilidade que eles poderão exercer o direito à cidadania”, disse.