Movimento fará assembleia contra poluição da CSN

Ato será no próximo dia 19 na Vila Santa Cecília em Volta Redonda

Por Sonia Paes - SF

Poluição da CSN será discutida por moradores de Volta Redonda

Em Volta Redonda antes da chuva vem o pó preto da CSN e depois a lama formada pela poluição. O problema é agravado a cada dia e o "Movimento Sul Fluminense contra a Poluição", criado por um grupo de moradores, marcou uma assembléia para o próximo dia 19, embaixo da Biblioteca Municipal, na Vila Santa Cecília. Revoltados com o problema, eles lutam em busca de uma solução e tentam mobilizar as autoridades.
A assembleia é marcada um dia depois de um cenário apocalíptico. Um forte vendaval mostrou que muito ainda precisa ser feito na Usina Presidente Vargas. O município foi tomado por uma grande nuvem de poeira em praticamente todos os bairros, principalmente os que ficam próximos à usina.


A assessoria de imprensa da CSN se pronunciou somente na manhã desta quinta-feira, dia 17, depois que o problema foi amplamente repercurtido.


- A CSN tem intensificado o uso de polímeros em seus pátios de matéria-prima para evitar a dispersão de material, além de reforçar a limpeza de suas áreas e equipamentos, utilizando técnicas de rapel industrial, canhões de névoa, entre outras. No entanto, o fenômeno climático de ontem, somado a um longo período de estiagem, resultou em uma dispersão de material que foi impossível de ser controlada - diz um trecho da nota da empresa.


A empresa concluiu o comunicado informando ainda que "em relação à qualidade do ar – que monitora partículas inaláveis invisíveis, que podem prejudicar a saúde da população – ela se manteve boa durante todo o período, apesar do impacto visual do evento". Ou seja: novamente a culpa é das rajadas de vento, que, segundo a própria empresa, chegaram a 100 km/h, conforme registrado pela estação meteorológica no bairro Vila Santa Cecília.

Confira a íntegra da nota:

"Na tarde de ontem, 16 de outubro, uma tempestade atingiu a região Sul Fluminense, precedida por fortes ventos. Em Volta Redonda, as rajadas chegaram a 100 km/h, conforme registrado pela estação meteorológica no bairro Vila Santa Cecília.
O fenômeno causou a queda de árvores, deixou diversos pontos da cidade sem energia elétrica e varreu ruas em várias áreas do município. A Usina Presidente Vargas, da CSN, também foi afetada, resultando na dispersão de matéria-prima estocada em diferentes locais da usina.
Embora o evento tenha durado pouco tempo, as grandes dimensões da usina amplificaram o impacto visual das imagens geradas. É importante ressaltar que essas imagens não representam emissões atmosféricas, mas sim os efeitos do fenômeno climático sobre a matéria-prima.
A CSN tem intensificado o uso de polímeros em seus pátios de matéria-prima para evitar a dispersão de material, além de reforçar a limpeza de suas áreas e equipamentos, utilizando técnicas de rapel industrial, canhões de névoa, entre outras. No entanto, o fenômeno climático de ontem, somado a um longo período de estiagem, resultou em uma dispersão de material que foi impossível de ser controlada.
Em relação à qualidade do ar – que monitora partículas inaláveis invisíveis, que podem prejudicar a saúde da população – ela se manteve boa durante todo o período, apesar do impacto visual do evento".

 

Inea também se manifesta


O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) do Rio de Janeiro divulgou na manhã desta quinta-feira, dia 17, uma nota oficial e informou que acompanha, junto à Prefeitura Municipal e à CSN, a condição do ar em Volta Redonda desde quarta-feira, dia 16. Disse ainda que uma equipe de fiscalização esteve no local e "adotará as medidas necessárias e cabíveis à situação".

-Desde agosto deste ano, seguindo as regras do Decreto Estadual Nº 48.668, o Inea acompanha a qualidade do ar da cidade, por meio do Programa Estadual de Monitoramento de Partículas Sedimentáveis, conhecido como "pó preto". Cada ciclo de coleta de amostras dura 30 dias, e as análises são feitas em parceria com o laboratório de Química Atmosférica da PUC-Rio - diz a nota do Inea.

Reunião no Rio

Na tarde de quarta-feira, dia 15, o deputado estadual Munir Neto e o secretário municipal de Meio Ambiente de Volta Redonda, Anderson Silva, se reuniram, na sede do Inea, no Rio, com o secretário estadual de Meio Ambiente, Bernardo Rossi. O encontro ocorreu justamente após a chuva e foi realizado a  pedido do prefeito de Volta Redonda, Antonio Francisco Neto. Munir disse que cobrou do Inea agilidade na fiscalização da poluição emitida pea CSN há décadas.