Por: Sonia Paes - SF

Trabalhador é contaminado na usina Angra 2

Trabalhador de terceirizada é contaminado e segundo a empresa ele não era autorizado a fazer o serviço | Foto: Divulgação Eletronuclear

O funcionário de uma empresa terceirizada, que presta serviços para a Eletronuclear, que opera as usinas nucleares de Angra dos Reis, na região da Costa Verde (RJ), sofreu contaminação radiológica superficial na parte frontal do corpo e nos braços, durante a troca de combustível - urânio enriquecido - na Usina Nuclear Angra 1. O acidente ocorreu na hora que o trabalhador fazia a remoção de uma peça metálica que acessa o gerador a vapor da usina. Detalhe: ele não tinha autorização para efetuar o trabalho. A informação foi dada na sexta-feira, dia 29, pela jornalista Tânia Malheiros, em seu blog. 

O empregado da terceirizada foi desligado da prestadora de serviços contratada para fazer a vigésima parada de manutenção de Angra 2. A Eletronuclear informou, por meio de nota, que “todos os dispositivos de Proteção Radiológica e ações previstas em procedimentos impediram a extração indevida do material da usina Angra 2, bem como preservaram a saúde do trabalhador autor da ação e dos demais colaboradores”.

Ainda segundo informações da jornalista, o sistema de proteção radiológica da Eletronuclear foi acionado, assim como alarmes automáticos dentro da área de contenção, evitando problemas maiores. A Eletronuclear disse que o acidente aconteceu  na quarta-feira (27) e a peça foi confinada como material radioativo.


A investigação também identificou que os alarmes foram ativados devido à presença do objeto metálico dentro de uma coletora de lixo na sala de descontaminação pessoal. Após entrevista com os técnicos de proteção radiológica foi constatado que a peça havia sito jogada no lixo, depois do acionamento dos alarmes, pelo empregado terceirizado, na tentativa de evitar a “constatação da irregularidade”.

Histórico de acidentes

Não é o primeiro acidente em Angra 2. Em 2009, três funcionários foram contaminados por material radioativo. Na época, o acidente foi classificado pela Eletronuclear como "Evento Não Usual" . A empresa afirmou ainda que não houve vazamento para o meio ambiente. Os trabalhadores foram monitorados e o nível de radiação a que foram expostos foi muito abaixo dos limites estabelecidos, segundo a empresa divulgou, na ocasião. "As análises indicaram que a liberação de material radiativo pela ventilação esteve dentro da normalidade".

Já no ano passado, em março, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou a Eletronuclear por um acidente ocorrido na Usina Nuclear Angra 1, em setembro de 2022.  O acidente envolveu a liberação não programada de água contaminada com substâncias radioativas na Baía de Itaorna, onde fica o complexo nuclear em Angra.

Em nota publicada na ocasião, a Eletronuclear informou que, no dia 16 de setembro, Angra 1 fez liberação não programa de “pequeno volume de água contendo substâncias de baixo teor de radioatividade”.

A empresa disse que os índices de radioatividade estavam abaixo dos limites da legislação que caracterizam a ocorrência de um acidente.