Por:

Eletronuclear diz que trabalhador foi exposto a níveis baixos de radiação

Acidente aconteceu após uma tentativa de remoção não autorizada de material | Foto: Reprodução/Eletronuclear

Por Redação

A Eletronuclear esclarece, em nota divulgada no site da empresa, que o trabalhador temporário da parada de manutenção da Usina Angra 2, flagrado pelos sistemas de Proteção Radiológica durante uma tentativa de remoção não autorizada de material da área controlada, recebeu uma dose em função do evento abaixo de 1% do limite anual permitido pela Comissão Nacional de Energia Nuclear.

A contaminação, segundo a empresa, "ocorreu por ato irregular e não autorizado perpetrado deliberadamente pelo prestador de serviço, na tentativa de retirada não autorizada de peça de dentro da área de contenção por debaixo da veste de proteção".

Apesar da contaminação superficial, a Eletronuclear afirmou que o evento está dentro da normalidade dos parâmetros radiológicos das paradas de manutenção das Usinas. "A diferença se dá apenas pela ação deliberada do trabalhador, que foi advertido com um Relatório de Violação Radiológica", diz a empresa.

-É importante ressaltar que o referido funcionário teve uma contaminação externa, solucionada com os procedimentos básicos de descontaminação pessoal, que eliminaram qualquer risco à saúde do profissional, bem como dos demais que estavam no local - concluiu a Eletronuclear, que opera as usinas no complexo de Angra dos Reis, na região da Costa Verde.

Como ocorre a contaminação

A contaminação externa acontece quando o indivíduo tem contato com algum radionuclídeo na superfície do corpo (pele ou cabelo) ou nas vestimentas pessoais. Tais eventos ocorrem com mais frequência em momentos de parada da Usina, onde diversos sistemas internos são abertos para manutenções.

Na maioria dos casos, os procedimentos de descontaminação pessoal são simples e eficazes. Por outro lado, a contaminação interna - dentro do corpo humano - é quando o indivíduo passa a incorporar os radionuclídeos e, a depender do valor, poderá ser necessário algum tratamento posterior.

Em casos de exposição alta a radiação, tecidos e órgãos do corpo são atingidos. Entre os sintomas, estão náuses e vômitos, quedas de cabelo, distúrbios do comportamento, alterações no sangue e lesões na pele. Quanto menor for o intervalo de tempo entre a exposição e o início dos sintomas, mais grave é o quadro - definido como síndrome aguda das radiações (SAR). Os efeitos tardios podem desenvolver câncer, além de manifestações hereditárias ou genéticas.

Acidente em 2022

Com relação acidente ocorrido, no ano passado, na Eletronuclear, quando ocorreu a liberação não programada de água contaminada com substâncias radioativas na Baía de Itaorna, a estatal afirmou que o Relatório N° 2042890/2023, da Delegacia de Polícia Federal em Angra dos Reis, junto com as avaliações da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), concluiu que os vazamentos mencionados não resultaram em qualquer dano ambiental significativo.

Segundo a empresa, ambos os órgãos confirmaram que as medidas adotadas pela Eletronuclear foram rápidas e eficazes, mantendo os níveis de contaminação extremamente baixos e sem qualquer risco relevante ao meio ambiente ou à saúde pública.

O próprio relatório do Ibama, que multou a Eletronuclear, na ocasião, apontou que o volume de água contaminada foi pequeno — cerca de 90 litros, para ser exato — e que a situação foi prontamente controlada, conforme informou a empresa. "Ou seja, sem danos ao meio ambiente ou à população", concluiu a empresa, por meio de nota.

*Com informações da Agência Senado