Artigo sugere que Pedreira da Voldac se torne unidade de conservação

Por Ana Luiza Rossi - SF

Local ganhou destaque pelo seu potencial ecológico

Um artigo que será publicado na Revista da Universidade de São Paulo (USP) destacou o potencial ecológico da pedreira localizada no bairro Voldac, em Volta Redonda. A obra foi produzida pelos membros voluntários do Movimento Ética na Política (MEP), Francisco Jácome Gurgel e Sílvia Real, além de André Barbosa Vargas e Milena e Souza, que são professores no Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA).

Com o título "Proposta de Criação de uma Unidade de Conservação: A Pedreira da Voldac, um Monumento Natural", o artigo destaca o local como uma referência de extração mineral que foi base de milhares de casas, por mais de 4 décadas na cidade. Apesar de ter sido desativada, o local foi foco de estudos após a regeneração da mata atlântica.

Aliás, não é a primeira vez que o local é citado na revista da USP. Em 2023, outro artigo foi publicado no caderno de 'Geologia USP'. De autoria de Matheus Henrique Simões Guimarães dos Santos (UFRRJ), geólogo e colaborador do MEP, Soraya Gardel Carelli (UFRRJ), Ricardo Vaz Leite (UFRJ) e Elisabete do Nascimento Rocha (UFRRJ), realizaram o artigo "Caracterização e valorização da geodiversidade da antiga Pedreira da Voldac, Volta Redonda (RJ)", que pode ser conferido por este link https://www.revistas.usp.br/guspsc/article/view/218263.

Também em 2024, o filme - "ECOa - O grito em Primeira Pessoa", produzido por Tarcila Garcia, colaboradora do MEP, foi financiado pela Lei Paulo Gustavo, e teve o apoio do Conselho Municipal de Cultura de Volta Redonda. O vídeo está disponível na plataforma YouTube, pelo link https://youtu.be/fV38dSpCLvk.

Espécie rara

Aliás, a biodiversidade da Pedreira da Voldac surpreendeu cientistas e pesquisadores em 2019. Volta Redonda foi incluída no 'mapa de aves raras do Estado do Rio de Janeiro' após um pesquisador identificar e registrar a coruja Jacurutu - ou Corujão-orelhudo, considerada uma das maiores corujas das Américas. O biólogo Fernando Pinto, responsável pelos registros, apontou em estudo, na época, ao menos 20 localidades com registros do animal no Estado do Rio, sendo que 40% foram obtidos em Unidades de Conservação.

A espécie pode medir até 64cm e pesar até 1,5 quilo. O doutor em Ciências Biológicas, especialista em aves, Fernando Pinto e o Mestre em Zoologia, Michel Bastos, que integravam o MEP, chegaram a observar o comportamento do 'corujão' com o menor falcão do Brasil, o Quiriquiri.