Por Redação
Uma parceria entre a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, a Fundação Beatriz Gama e a Associação ArfloreSer - Autismo em Rede Volta Redonda visa estimular o empreendedorismo em famílias com filhos com Transtorno do Espectro Autista ou Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Integrantes da associação poderão fazer cursos profissionalizantes da FBG, que começam em março.
O secretário da Pessoa com Deficiência de Volta Redonda, Washington Uchôa, disse que o objetivo é ampliar a renda dessas famílias que, normalmente, vivem do Benefício de Prestação Continuada (BPC), previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (Loas).
"Acredito que os cursos da FBG podem modificar a realidade dessas famílias positivamente. É a oportunidade para aprender uma profissão que permite o empreendedorismo. Essas pessoas têm dificuldade em trabalhar fora de casa, por conta do horário incompatível com as demandas dos filhos", explicou Washington Uchôa.
O presidente da FBG, Vitor Hugo de Oliveira, reforçou que os cursos são gratuitos e que o objetivo da iniciativa é oferecer qualificação profissional de qualidade, voltada principalmente para o empreendedorismo.
Cerca de 20 pais tiveram interesse na capacitação da fundação. Cabeleireira, confeitaria, depilação e design de sobrancelhas, manicure, ornamentação com bolas, corte e costura e mecânica de autos foram os cursos mais procurados. A ideia é que os candidatos façam as aulas no período em que os filhos estão na escola.
A presidente da ArFloreSer, Elaine Paixão Baptista da Silva, que mora no bairro Belmonte, mostrou interesse no curso de design de sobrancelhas. "Desde que meu filho, que hoje tem nove anos, foi diagnosticado com autismo, não trabalho fora de casa. Vejo nessa especialidade a oportunidade de trabalhar com agendamento, vou poder encaixar clientes de acordo com os horários que tenho disponível", falou.
Ela agradeceu a parceria com a Secretaria da Pessoa com Deficiência e com a FBG que disponibilizou vagas para os associados. "Todas as famílias que participam da ArFloreSer têm essa dificuldade de conseguir um emprego formal por conta dos cuidados demandados pelos filhos autistas ou com TDAH", ressaltou Elaine. Telma de Souza Gomes Mansur, que mora no Fazendinha, quer se especializar em confeitaria. Ela tem uma filha autista com 21 anos. "Tenho certeza que esse curso vai me dar a chance de aprender a fazer coisas gostosas, em casa mesmo, que poderei vender para aumentar a renda da família", disse.
Karina Monique, moradora do Belo Horizonte, tem um filho com TDAH de oito anos. "Quero fazer o curso de cabeleireira. É uma profissão que me identifico e que me permite trabalhar em casa", explicou.
Elaine, Telma, Karina e as demais mães e pais que se interessaram em fazer os cursos têm uma reunião marcada para o próximo dia 21. na sede da SMPD, no Aterrado, para tirar as dúvidas sobre a matrícula, início e local das aulas com a coordenação da FBG