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Eletronuclear é autorizada a realizar operação de armazenamento de combustível nuclear

Após a conclusão de fase entre 2025 e 2026, o total de Hi-Storms armazenados será de 48 | Foto: Divulgação/Eletronuclear

A Autorização para Operação Permanente da Unidade de Armazenamento Complementar a Seco de Combustível Irradiado (UAS), que fica na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis, foi concedida na última segunda-feira (24) pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) . A medida, que tem a validade de 40 anos e pode ser prorrogada, representa uma evolução em relação à Autorização de Operação Inicial obtida pela empresa em 2021 com o objetivo de armazenar combustível nuclear de forma segura e eficiente.

A unidade foi projetada para comportar até 72 Hi-Storms, com capacidade para receber combustíveis usados até o ano de 2045. Durante a primeira campanha de transferência de combustível, realizada entre 2021 e 2022, 15 Hi-Storms foram levados para o local. Já na fase inicial da segunda campanha, finalizada em agosto de 2024, mais 15 unidades foram adicionadas. Após a conclusão desta fase, que contará com a contribuição de Angra 1 entre 2025 e 2026, o total de Hi-Storms armazenados será de 48.

Na resolução, publicada em Diário Oficial da União, a CNEN destacou: “CONSIDERANDO que, de acordo com as avaliações de segurança e respectivos pareceres emitidos ao longo deste período pela CNEN, e com base no estado atual do conhecimento técnico, há garantia suficiente de que a operação da CNAAA-1 pode ser conduzida sem risco indevido à segurança dos trabalhadores, do público e do meio ambiente, no que se refere às áreas da segurança técnica nuclear, da proteção radiológica e da proteção física das instalações e materiais, conforme item 8.3.2.c da Norma CNEN-NE-1.04”.

A Eletronuclear reforça que os combustíveis usados não são considerados rejeitos radioativos, pois ainda possuem um significativo potencial energético, que poderá ser reaproveitado no futuro. Países como Rússia, França e Japão já utilizam técnicas de reciclagem para este material.

- Este é um importante marco para a Eletronuclear e para o setor nuclear brasileiro. Ele confirma que, com respeito às mais rigorosas normas de segurança e eficiência, estamos prontos para garantir o armazenamento seguro dos combustíveis irradiados e dar continuidade ao nosso compromisso com a geração de energia limpa e sustentável para o Brasil. A operação da UAS não só assegura a segurança das instalações como também reforça o papel da energia nuclear na matriz energética nacional, com potencial de reaproveitamento futuro dos combustíveis usados - destaca o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo.

A UAS, em operação desde 2021, é projetada para garantir máxima segurança no armazenamento dos elementos combustíveis após o processo de resfriamento nas piscinas especiais das usinas. Após alguns anos, é armazenado em canisters de aço e concreto, garantindo a integridade do material. O sistema de armazenamento utilizado na UAS é similar ao empregado em mais de 70 locais nos Estados Unidos e é projetado para resistir a eventos naturais extremos, como terremotos, tornados e inundações.