Pouco mais de um mês após a reunião emergencial que discutiu medidas para enfrentar uma escassez de água em Angra dos Reis, na região da Costa Verde, a prefeitura da cidade anunciou nesta sexta-feira (28) o plano 'Mais Água em Angra'. O projeto é um conjunto de medidas planejadas que devem garantir o abastecimento de água na cidade, independente das condições climáticas.
O projeto foi elaborado com base em um cronograma de curto, médio e longo prazo (leia mais abaixo), com as intervenções sendo desenvolvidas entre 2025 e 2028. O investimento no primeiro ano será de pelo menos R$ 100 milhões. As obras previstas na primeira etapa do Mais Água em Angra variam conforme as necessidades de cada região da cidade e suas particularidades geográficas.
As primeiras ações estão em andamento e devem ser concluídas em seis meses. São elas: entrega da Estação de Tratamento de Água do Bracuí; desassoreamento da barragem do Pedrão e impermeabilização da barragem da Toca do Morcego; construção de nova rede adutora na Gamboa do Belém; e desassoreamento da barragem da Banqueta.
Todas as obras de médio e longo prazo seguirão o que determina a legislação, incluindo elaboração de projeto, licitação e licenciamento, entre outras obrigatoriedades.
Para essas intervenções, a empresa Conen Infraestrutura Urbana, com sede no Rio, foi contratada para realizar um estudo técnico de viabilidade hídrica, com conclusão prevista para julho. A avaliação fornecerá informações detalhadas para a execução das obras, com dados sobre os mananciais com capacidade para abastecer os bairros.
Estarão à frente do plano Mais Água em Angra o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), a Secretaria Extraordinária de Infraestrutura e a Secretaria de Desenvolvimento Regional.
Caso antigo
Em fevereiro, o prefeito de Angra dos Reis, Cláudio Ferreti, anunciou que cerca de 16 bairros da cidade passariam por uma medida emergencial de abastecimento de forma intermitente. A medida, que segundo Ferreti, foi pelo baixo volume de chuvas e altas temperaturas, foi lançada as vésperas do Carnaval, que é um dos principais destinos turísticos da região.
Aliás, o ex-prefeito e antecessor de Ferreti, Fernando Jordão, também passou os últimos momentos de sua gestão pela mesma situação. Na época, a prefeitura afirmou que a cidade enfrentou a maior estiagem nos últimos 17 anos. Para contornar a situação, assinou, em agosto de 2024, um decreto de 90 dias que chegava até mesmo a proibir moradores de lavar seus carros, calçadas e quintais.